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O que o Goldman Sachs diz sobre os riscos de uma nova Bolsa para a B3

A Mubadala Capital está estruturando uma nova Bolsa de Valores para o segundo semestre de 2025, com sede no RJ

O que o Goldman Sachs diz sobre os riscos de uma nova Bolsa para a B3
(Foto: Adobe Stock)

O Goldman Sachs avalia que a B3 (B3SA3) adaptou o seu modelo de negócios para lidar com um potencial novo concorrente na Bolsa de valores – por meio de fusões e aquisições (M&A) em dados e análises, reduzindo preços e lançando novos produtos -, mas ainda assim o banco diz que há riscos negativos para a companhia envolvendo o tema.

A possibilidade de um novo concorrente para a B3 já vem sido ventilada há algum tempo, mas na última sexta-feira (1), o tema voltou aos holofotes por notícia de que a Mubadala Capital está estruturando uma nova Bolsa de valores para o segundo semestre de 2025, atuando em ações, derivativos, câmbios e outros, com sede no Rio de Janeiro.

“Achamos que isso pode criar alguma incerteza até que haja mais visibilidade sobre a potencial nova Bolsa, conforme destacado pela queda de 3,2% na ação (contra Ibovespa +0,1%) na sexta-feira”, afirmam Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu, e Lindsey Shema, em relatório enviado a clientes.

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A estimativa do Goldman Sachs é de que as receitas potenciais em risco da B3 seriam de apenas 6% a 12%, à medida que a B3 transferiu a maior parte do seu negócio para o lado de clearing (procedimento pelo qual as negociações financeiras são liquidadas), onde a concorrência é mais limitada.

Os analistas dizem ainda que uma nova concorrência já é um risco bem conhecido para a B3, especialmente depois que Mubadala Capital adquiriu a maioria participação no Americas Trading Group (ATG) em fevereiro de 2023.

Além disso, o Goldman avalia que a B3 está sendo negociada com desconto ante pares globais, mas com um prêmio em relação a outras ações ligadas ao setor financeiro do Brasil. “A B3 está sendo negociada a 15,3 vezes o preço por lucro (P/E) esperado para 2024, 13% abaixo de sua média histórica de 17,6 vezes. A ação também é negociada abaixo das bolsas globais em 22,8 vezes, mas acima de ex-bancos financeiros do Brasil que tem mediana de 12,6 vezes”, destaca.

O Goldman Sachs reitera recomendação neutra para B3, com preço-alvo de R$ 14,00 representando um potencial de valorização de 12,7% sobre o fechamento de sexta-feira.