O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que em abril a sua pasta vai soltar cerca de 12 medidas na área de crédito para melhorar o ambiente do segmento.
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Haddad, que cumpriu agenda em São Paulo nesta sexta-feira, 31, fez essa afirmação ao ser questionado pelo Broadcast o que a Fazenda estava fazendo para tentar reduzir o juro na ponta do consumidor que é assustadoramente maior que a taxa Selic, juro de referência da economia, o qual o governo tanto combate.
A reportagem colocou para o ministro a exorbitância, por exemplo, do juro cobrado sobre a dívida do cartão de crédito. “Olha, acabamos de fazer isso com o crédito consignado. O crédito consignado era cobrado juro de 2,11% por grandes bancos. Nós fixamos um novo teto que é de 1,97% e os bancos todos voltaram a emprestar a 1,97%. Então o governo tomou providências de salvaguardar a economia dos nossos aposentados”, disse o ministro.
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Ele disse que agora está com um grupo de estudos para o rotativo do cartão de crédito, que “é um outro abuso”, disse o ministro acrescentando que, nas suas reuniões de hoje, recebeu representantes de bancos e que teria colocado para eles que isso é ruim para a própria margem dos bancos.
“É uma coisa que não tem explicação. Você não consegue explicar no Brasil e nem no exterior uma taxa dessa. É uma coisa estratosférica”, criticou o ministro.
De acordo com ele, o governo precisa tomar providencias para trazer as taxas de juros cobrados na ponta do consumidor a bons termos. Ele lembrou que medidas como as que serão propostas agora já foram tomadas no Brasil no que diz respeito ao cheque especial, que mesmo ainda tem espaço para que sua taxa de juro seja reduzida.
Sobre as 12 medidas, ele disse que serão soltas em abril na área do crédito. Haddad afirmou que algumas vão desde o aval as PPPs, que são grandes investimentos em infraestrutura, passando por debêntures que não pagam imposto de renda até garantias que são dadas no sistema de crédito para baixar os spreads.
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“Então começamos a replanejar o Brasil a partir desta medida que vai acomodar uma série de outras medidas que são necessárias para equilibrar a economia brasileira”, disse.