H&M chega ao Brasil neste sábado (23) (Foto: Adobe Stock)
O BTG Pactual avalia que a chegada da H&M ao Brasil deve ter impacto competitivo limitado no curto prazo para redes como Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Riachuelo. A varejista sueca abriu neste fim de semana sua primeira loja física no País, no Shopping Iguatemi, em São Paulo, acompanhada do lançamento do e-commerce.
Segundo a análise, a estratégia da companhia é se posicionar no segmento de “luxo aspiracional” (termo usado para descrever um consumidor menos seguro financeiramente que aspira a possuir marcas de luxo como um meio de aumentar seu status e autoestima), em linha com o modelo da Zara.
No entanto, a escala ainda é pequena: até o fim do ano, a empresa projeta ao menos quatro lojas, incluindo unidades em Campinas e no Shopping Anália Franco, além de um quadro de 550 funcionários no Brasil.
Um levantamento do BTG mostra que o preço médio da H&M no País fica entre os concorrentes locais e a Zara. O “carrinho” de oito produtos pesquisados pelo banco aponta preços 28% mais baixos que os da Zara, mas de 40% a 50% acima dos praticados por Renner, C&A e Riachuelo.
Para o analista do banco, Luiz Guanais, apesar de um cenário mais desafiador para o setor no segundo semestre de 2025, as redes brasileiras devem sustentar tendências razoáveis, apoiadas por reajustes recentes e ganhos de eficiência em despesas operacionais. “O setor segue atrativo do ponto de vista de valuation”, acrescenta.
No entanto, Guanais alerta que a equação competitiva pode mudar no médio prazo. “O posicionamento de preços da H&M pode se ajustar significativamente nos próximos meses, à medida que a companhia amadurece suas operações no mercado brasileiro”, apontam. Caso a rede consiga expandir lojas, ganhar escala e reduzir preços, a pressão sobre as margens das varejistas locais tende a aumentar.