Homem mais rico da Ásia é acusado de “maior golpe da história corporativa”

O conglomerado indiano Adani Group foi acusado pela Hindenburg Research de participar de um esquema de manipulação de ações e fraude contábil ao longo de décadas. Em relatório publicado na terça-feira (24), a empresa especializada em pesquisa financeira forense indicou que as companhias listadas no grupo assumiram dívidas substanciais, comprometendo suas situações financeiras, no que chamou de “maior golpe da história corporativa”.

Com a repercussão da investigação da Hindenburg, as ações da Adani Enterprises, principal empresa do grupo, chegaram a cair 3,64% nesta quarta, atingindo a cotação mínima de US$ 40,71 no dia.

Gautam Adani, líder do Adani Group, é o quarto homem mais rico do mundo e o mais rico da Ásia, com uma fortuna estimada em US$ 119,1 bilhões, de acordo com o gráfico em tempo real da Revista Forbes. Antes da divulgação do relatório, ele ocupava a terceira posição do ranking de bilionários globais, mas perdeu o posto para Jeff Bezos, que detém US$ 119,2 bilhões.

A investigação realizada pela Hindenburg durou dois anos e constatou que sete empresas do conglomerado, o segundo maior da Índia, apresentam uma supervalorização de 85%, sendo que a alavancagem (uso de recursos para além do que se tem disponível) das companhias é perigosa para seus credores. De acordo com o relatório, no passado, membros do Adani Group chegaram a violar compromissos e obrigações financeiras, segundo informações coletadas em registros regulatórios.

A Hindenburg detalhou ainda uma série de organizações offshore (no exterior) pertencentes à família Adani em paraísos fiscais, como Caribe, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos. Os negócios de fachada teriam sido usados para facilitar o desvio de dinheiro das empresas integrantes do conglomerado.

O grupo possui nove ações listadas publicamente, com um valor de mercado total de US$ 218 bilhões. Com suas participações no grupo, Gautam Adani e sua família acumularam uma fortuna de mais de US$ 120 bilhões, com US$ 100 bilhões tendo sido conquistados somente nos últimos três anos em meio à rápida valorização dos preços de seus papéis.