Ações da Hypera (HYPE3) sobem com balanço sólido e forte geração de caixa
As ações da Hypera (HYPE3) avançaram após resultados do 3º trimestre agradarem o mercado. Citi, Bradesco BBI e BTG destacam melhora operacional e fluxo de caixa robusto
Ações da Hypera Pharma subiram mais de 5% após divulgação de resultados sólidos no 3º trimestre. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Hypera Pharma (HYPE3) avançaram 4,76% nesta quarta-feira (29), negociadas a R$ 24,44, às 13h11, impulsionadas pela reação positiva do mercado aos resultados do terceiro trimestre. O balanço da farmacêutica foi amplamente avaliado como sólido pelos principais bancos, embora com nuances diferentes quanto à sustentabilidade dos resultados no médio prazo.
O Citi classificou o desempenho trimestral como “decente”, destacando um Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) limpo de R$ 753 milhões, em linha com suas estimativas, e um fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) robusto, de R$ 390 milhões.
O banco observou que as vendas sell-out (que representam as vendas ao consumidor final) cresceram 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando a projeção do próprio Citi, de 7,5%, e o crescimento médio de 6,4% do mercado. Apesar disso, o desempenho ainda ficou abaixo do avanço de 14% registrado pelo setor, segundo o Sindusfarma.
Em seu relatório, o Citi observou que a receita líquida e a margem bruta ficaram próximas das projeções, sustentadas pela normalização do sell-in e por um mix de produtos com margens mais elevadas, mesmo diante de descontos promocionais 13% superiores aos de um ano atrás. Ao ajustar os resultados e excluir receitas não recorrentes e equivalência patrimonial, o banco calculou que o Ebitda recorrente ficou cerca de 4% abaixo da expectativa, quando desconsiderados os efeitos fiscais da Lei do Bem.
Ainda assim, o lucro recorrente alcançou R$ 412 milhões, superando em 9% a projeção inicial, apoiado por menores despesas financeiras.
A farmacêutica também anunciou juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 185 milhões, elevando o total distribuído em 2025 a R$ 740 milhões, o que representa um dividend yield próximo de 5%. Para o Citi, o fluxo de caixa forte e a aceleração do sell-out justificam o bom humor dos investidores, mas o banco pondera que a Hypera ainda cresce abaixo da indústria e mantém descontos elevados.
Além disso, a instituição expressou dúvidas sobre a recorrência dos benefícios fiscais da Lei do Bem – um dos fatores que ajudaram a sustentar a rentabilidade recente – e sobre a queda nas visitas médicas, que também podem afetar a performance futura. O Citi manteve recomendação neutra e classificação de alto risco, com preço-alvo de R$ 26, implicando um potencial de valorização de 11,4% em relação ao último fechamento.
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Já o Bradesco BBI avaliou os resultados de forma mais otimista. O banco destacou que a Hypera apresentou um desempenho acima de suas próprias estimativas, com Ebitda 1% maior e lucro 10% acima do projetado, impulsionado pelo resultado financeiro.
Segundo o analista Marcio Osako, o crescimento das vendas no varejo foi o principal destaque: alta de 8,3% na comparação anual, superando o avanço de 6,4% do mercado nas categorias em que atua.
“Os principais impulsionadores foram os produtos para gripe, dor, gastroenterologia, cardiologia e hidratação da pele, puxados por lançamentos recentes e iniciativas para aumentar as vendas”, disse Osako.
“A geração de caixa forte é um passo na direção certa, mas a consistência na entrega de FCF será essencial para uma visão mais construtiva”, pontuou o BTG.