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Ibovespa cai 1,41% após mudança na Petrobras; estatal recua 4%

Exterior também corrobora com o humor negativo no mercado brasileiro

De acordo com especialista, mais de 90% da alta do Ibovespa vem do desempenho das empresas de commodities. Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

O principal índice da bolsa brasileira caía mais de 1% nesta terça-feira, após o governo federal decidir por nova troca de comando na Petrobras e na sequência de dado da inflação acima do estimado pelo mercado, com o cenário externo também pressionando.

A petrolífera estatal estava entre as principais contribuições negativas ao índice, junto com a Vale. Na ponta contrária, empresas de energia elétrica limitavam as perdas.

Às 11:38 (de Brasília), o Ibovespa caía 1,41%, a 108.788,54 pontos, após três altas seguidas. O volume financeiro era de 8,1 bilhões de reais.

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Para Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, a troca na Petrobras e a inflação acima do esperado são “basicamente os dois motivos” que mais pesavam para o Ibovespa devolver parte dos ganhos das últimas sessões.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta para 0,59% em maio na base mensal, de 1,73% em abril, mas ficou acima da estimativa do mercado (+0,45%). A leitura foi a maior para o mês em seis anos. A inflação dos combustíveis, que vem pressionando a política de preços da Petrobras, acelerou 2,05% no período, mas bem abaixo dos 7,54% do mês anterior.

Analistas do Citi destacaram que a média da leitura dos núcleos, subindicadores que levam em consideração apenas alguns preços para traçar uma tendência inflacionária, “subiram fortemente para 1,1% na comparação mensal, (ante 0,87% em abril), o maior nível em mais de uma década”.

Ainda na cena local, o mercado mantém no radar a probabilidade de votação na Câmara dos Deputados de proposta que fixa teto de 17% para a alíquota do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica.

O exterior corroborava o humor negativo no mercado brasileiro, diante de restrições mais fortes contra a Covid-19 em Pequim e em meio à manutenção de temores globais de desaceleração econômica, dado os elevados níveis de inflação e apertos monetários em curso. O Nasdaq perdia 3,4% e era destaque negativo entre os índices em Wall Street.

“O pano de fundo, se não fosse pela situação (da Petrobras), ainda assim seria complicado na sessão, porque a China voltou a pesar negativamente por conta da Covid-19″, disse Camila Abdelmalack, economista na Veedha Investimentos.

DESTAQUES

– PETROBRAS PN recuava 4% e PETROBRAS ON cedia 3,8%, depois que o governo federal decidiu tirar José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente da estatal, posição que ocupava há pouco mais de um mês, e indicou Caio Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, para substituí-lo. Os investidores provavelmente verão a mudança como uma intervenção direta relacionada ao preço do combustível no Brasil, escreveram analistas do JPMorgan, em relatório. O petróleo Brent subia no exterior.

– VALE ON caía 1,1%, após queda de 3,5% nos contratos futuros do minério de ferro em Dalian. USIMINAS PNA liderava perdas entre siderúrgicas com recuo de 2,1%.

– CVC BRASIL ON apontava decréscimo de 6,5%, AZUL PN exibia baixa de 4,5%, GOL PN recuava 3,8% e EMBRAER ON cedia 5,3%. A fabricante de aeronaves informou que não há previsão contratual para nova redução em encomenda de KC-390 pela Força Aérea Brasileira.

– PETRORIO ON aumentava 1,5%, assim como 3R PETROLEUM ON.

– AMERICANAS ON retraía 2,9%, depois de três sessões de ganhos, em meio ao avanço dos principais contratos de juros futuros, o que costuma pressionar varejistas, e após IPCA-15 acima do esperado. MAGAZINE LUIZA ON cedia 2,2% e PETZ ON diminuía 4,1%.

– ENERGISA UNIT aumentava 2,2% e CPFL ENERGIA ON tinha alta de 1,6%, em sessão positiva para papéis de energia elétrica no geral. A CPFL informou na véspera a entrada em operação de linhas de transmissão e de subestação em empreendimento no Ceará. O setor também mantinha a votação sobre ICMS no radar.