O Ibovespa futuro abriu esta quinta-feira (24) em queda de 0,28%, aos 136.006 pontos. Após a abertura, o indicador intensificou queda para 0,60%, aos 135.555 pontos. As atenções do mercado estão nos desdobramentos de acordos comerciais e balanços corporativos.
As bolsas de valores internacionais reagem a balanços das big techs – que pressionam as ações de Tesla e IBM no pré-mercado – e os Índice de Gerentes de Compras (PMIs) da zona do euro, da Alemanha e do Reino Unido. Em Nova York, os sinais são mistos nos índices futuros, enquanto as bolsas de valores europeias sobem.
Enquanto isso, União Europeia, China, Brasil e outros países aguardam por um acordo com os EUA, após o Japão ter fechado um trato na quarta-feira, reduzindo as tarifas para 15%. No mercado local, o apetite do investidor pode ser comedido, conforme se aproxima o prazo para início da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos importados do Brasil, no dia 1º de agosto.
No câmbio, o dólar hoje abriu em estabilidade, com leve queda de 0,01%, no valor de R$ 5,5226. O mercado tende a ser influenciado pela valorização moderada do dólar frente a moedas principais e emergentes ligadas a commodities, que pode pressionar a taxa de câmbio doméstica,.
Entre os indicadores, os dados da arrecadação federal de junho têm mediana das projeções em R$ 228,2 bilhões, ante R$ 230,1 bilhões em maio, e devem ser divulgados a partir das 10h30 (de Brasília).
Os principais assuntos do Ibovespa futuro hoje
Commodities em sinais opostos: veja o impacto em Vale e Petrobras
Os contratos futuros do petróleo operam em alta, depois de caírem levemente na sessão anterior, em meio a expectativas de que EUA e a União Europeia (UE) consigam fechar um acordo comercial, reduzindo incertezas e favorecendo a demanda pela commodity. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para setembro avançava 0,77%, a US$ 65,75, enquanto o do Brent para outubro subia 1,15%, a US$ 69,29.
Entre as commodities hoje, o minério de ferrono mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,55%, cotado a 811 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 113,26.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale(VALE3) recuavam 0,77% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras(PETR3; PETR4) subiam 0,32%.
Tarifas dos EUA limitam humor dos mercados locais
Por enquanto, não há nenhum acordo em vista com os Estados Unidos para redução das tarifas ao Brasil. Na quarta-feira (23), Trump afirmou que “alguns países com quem não estamos nos dando bem pagarão tarifa de 50%”, citando indiretamente o Brasil – único país que recebeu essa alíquota até o momento. Ao mesmo tempo, disse que está se dando bem com a União Europeia e a China.
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Não há um canal de conversa de Brasília com Washington. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira ser possível chegar até o dia 1º com “alguma possibilidade de acordo”.
O ministro também afirmou que, juntamente com outros ministros, encomendou cenários para fazer frente à imposição de tarifas dos EUA contra o Brasil. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e afirmou que quer aprofundar as relações com o país diante do “momento de incertezas”.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast