

O Ibovespa futuro abriu esta quinta-feira (10) em queda de 0,15%, aos 127.360 pontos. As atenções do mercado estão em novos capítulos da guerra comercial, especialmente na queda de braço entre Estados Unidos e China sobre tarifação de produtos. No Brasil, saem dados de serviço — veja aqui a agenda econômica completa.
Na última sessão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um passo atrás com a aplicação das tarifas dos EUA. O republicado impôs uma pausa de 90 dias para suas tarifas “recíprocas” acima de 10% para países que não retaliaram. A medida beneficiou especialmente Japão (antes sobretaxado em 24%) e União Europeia (20%), que também suspendeu a retaliação às tarifas americanas.
A única exceção foi a China, para qual Trump estabeleceu uma taxação de 125% sob produtos importados. Em resposta, Pequim discute novos estímulos econômicos em meio a um cenário de deflação e busca estreitar laços com a União Europeia.
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Na véspera, Trump sinalizou que “um acordo será feito com a China e com todos os países”. No entanto, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que esses acordos não acontecerão imediatamente.
Com efeito, as Bolsas europeias exibem altas de até 6%, mas os índices futuros em Nova York recuam, assim como os retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje frente aos seus pares principais. A fraqueza em Nova York e a queda do petróleo devem pesar sobre o principal índice da B3 hoje.
Assuntos em destaque no Ibovespa futuro hoje
Como fica a operação do dólar hoje e juros?
O mercado de câmbio pode ficar alinhado à valorização do dólar frente a moedas emergentes ligadas a commodities nesta manhã. Nesta quinta-feira, o dólar abriu em alta de 0,22%, a R$ 5,8604, mas logo perdeu fôlego e ficou próximo da estabilidade.
Quanto aos juros futuros, a baixa dos rendimentos dos Treasuries pode trazer alívio à curva, após as taxas futuras terem subido no último pregão, apagando as chances de corte da Selic este ano.
Commodities: petróleo recua, minério sobe
O petróleo opera em queda, recuando 2,5% nas mínimas, depois de saltar mais de 4% na véspera em reação à decisão dos EUA de suspender a maioria tarifas “recíprocas”. Às 9h (de Brasília), o barril do petróleo WTI para maio caía 1,92%, enquanto o do Brent para junho recuava 1,91%.
Como os EUA também elevaram as tarifas para a China, de 104% para 125%, o ambiente comercial segue dominado por incertezas. Por lá, o minério de ferro fechou em alta de 3,06%, cotado a 707 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,19.
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Com o efeito das commodities hoje, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,11% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 0,25% no mesmo horário.
Dados de serviço crescem no Brasil
O volume de serviços prestados subiu 0,8% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma queda de 0,2% para um recuo de 0,6%.
O resultado de fevereiro ficou acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de queda de 0,5% a alta de 0,4%, com mediana de estabilidade (0,0%).
Na comparação com fevereiro do ano anterior, houve elevação de 4,2% em fevereiro de 2025, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 2,1% a 4,4%, com mediana positiva de 3,3%.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações de Daniela Amorim, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast
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