O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,10%, aos 135.908 pontos nesta terça-feira (20), mas virou e passou a operar no vermelho. Próximo das 12h49 (de Brasília), o índice tinha leve alta de 0,05%, aos 135.842,44 pontos. O pregão repercute as palestras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento do BTG Pactual – veja detalhes aqui.
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O movimento acompanha a valorização registrada na segunda-feira (19), após o Índice Bovespa fechar em alta de 1,36%, aos 135,7 mil pontos – o maior nível já registrado pelo índice em um fechamento, veja aqui. Em 12 meses, o principal indicador de ações da B3 acumula uma valorização de 17,6%, acima do Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), que variou 11,26% no mesmo período.
No exterior, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Atlanta, Raphael Bostic, e o vice-presidente de Supervisão, Michael Barr, participam de eventos nos EUA. O banco central da Turquia anuncia decisão de juros. Confira a agenda completa nesta matéria.
Confira os 3 assuntos que impactam o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As bolsas na China e em Hong Kong fecharam em baixa nesta terça-feira, após o BC chinês (PBoC) deixar suas principais taxas de juros inalteradas. A chamada taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano foi mantida em 3,35%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,85%. No mês passado, ambas haviam sido cortadas em 10 pontos-base. A decisão monetária chinesa acirra a preocupação com a demanda da segunda maior economia mundial.
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Em Nova York, os ajustes dos ativos financeiros são amenos, diante da espera pela ata da reunião de julho do Fed, prevista para quarta-feira (21), e pelo discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, no simpósio Jackson Hole, na sexta-feira (23).
Há esperanças entre investidores de que Powell traga novos sinais nesta semana de que o Fed vai reduzir os juros em setembro e buscam pistas sobre qual seria a intensidade neste ano.
Os índices futuros americanos exibem sinais difusos, com Dow Jones em queda, enquanto S&P 500 e Nasdaq sustentavam ligeiros ganhos após oito pregões consecutivos de altas, a melhor sequência deste ano.
Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) oscilam sem direção única e o índice DXY do dólar ante seis moedas desenvolvidas segue em queda leve, depois de cair ao menor valor desde 2 de janeiro, com os players à espera ainda de falas de dirigentes do Fed nesta terça-feira à tarde.
As bolsas europeias exibem sinais divergentes, mas ampliaram perdas após sequência de ganhos em algumas das principais praças da região e repercutindo dados de inflação da zona do euro e um corte de juros na Suécia.
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A Eurostat confirmou que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou levemente em julho, a 2,6%, em um momento que o Banco Central Europeu (BCE) considera a possibilidade de voltar a cortar juros, após a redução inicial de junho.
Já o Riksbank, como é conhecido o BC sueco, reduziu seu juro básico em 25 pontos-base, a 3,5%, e sinalizou que poderá cortá-lo mais duas ou três vezes este ano “se a perspectiva de inflação seguir inalterada”.
Commodities
Os contratos futuros do petróleo ensaiam recuperação depois de ampliarem, mais cedo, perdas das duas sessões anteriores, reagindo à decisão de Israel em aceitar proposta de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, o que ajudou a aliviar temores sobre cortes na produção do Oriente Médio.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou, na segunda-feira (19), que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo para a guerra em Gaza, mas não detalhou a posição do Hamas, que está no radar dos investidores. O minério de ferro, por sua vez, fechou o pregão em alta de 1,21%, em Dalian, na China.
Mercado brasileiro
O sinal de melhora nas commodities sugere fôlego ao índice da Bolsa e alívio para o dólar, após recorde histórico da bolsa no último pregão e recuo da moeda americana a R$ 5,41. O desempenho lateral dos ativos financeiros em Nova York, à espera de sinais do Fed sobre a política monetária, pode conter o ímpeto local.
Os juros futuros tendem a oscilar entre margens mais estreitas e as atenções ficam nas mensagens do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central em evento do BTG Pactual, em São Paulo.
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Após declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçando que uma alta de juros “está na mesa” do BC, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) não quis antecipar o que acontecerá na próxima reunião (dar guidance) em entrevista à jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo.
Contudo, Campos Neto destacou que a situação internacional melhorou muito nas últimas semanas e alertou que o mercado está falando em alta de juros, mas os economistas não. O presidente do BC também mencionou que esteve muito perto de intervir no câmbio após a alta recente do dólar acima dos R$ 5,70 no início de agosto.
Pesquisa do Projeções Broadcast aponta que a mediana do mercado continua a indicar a Selic em 10,5% no fim de 2024, mas houve um aumento na expectativa de uma retomada do aperto monetário ainda este ano. Isso ocorreu após os discursos mais duros de Gabriel Galípolo e Campos Neto sobre expectativas de inflação desancoradas e os dados mais fortes que o esperado da atividade doméstica no segundo trimestre, em um ambiente de volatilidade intensa no câmbio.
Entre 61 casas consultadas pelo Projeções Broadcast, 26 (ou 42%) veem ao menos uma elevação do juro até dezembro. Essa proporção era de 2% (uma de 45 casas consultadas) no último levantamento, de 6 de agosto, após a divulgação da ata da reunião de julho do Copom, e que pode balançar o Ibovespa hoje.
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* Com informações do Broadcast