O Ibovespa hoje abriu praticamente indefinido, em leve alta de 0,09%, aos 127.818 pontos nesta quarta-feira (13), mas minutos depois, já tocava o campo positivo, a -0,01%. O início das negociações ocorre na expectativa de leilões de dólar do Banco Central (BC), enquanto a temporada de balanços fica no radar.
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As bolsas internacionais ensaiam recuperação, sobretudo nos mercados de Nova York com os índices futuros de ações estendendo perdas de Wall Street na véspera. A cautela no exterior deve refletir no principal índice da B3 hoje, juntamente à variação das commodities.
Os investidores mantêm compasso de espera das propostas fiscais do governo federal sobre corte de gastos. Nesta quarta-feira, novas reuniões ministeriais estão programadas para acontecer e debater o assunto – confira aqui a agenda completa.
O que movimenta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As bolsas europeias sobem em bloco, reagindo a notícias corporativas. Em Nova York, por outro lado, a cautela predomina com o aparente fim do “Trump Trade”. Os índices futuros de ações estendem perdas de Wall Street na véspera, enquanto os juros dos Treasuries (títulos da dívida americana) e o dólar ante pares rivais recuam. Confira aqui detalhes sobre a operação do dólar nesta quarta-feira.
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Investidores monitoram as indicações do presidente eleito Donald Trump para o seu futuro gabinete, como a dos empresários Elon Musk e Vivek Ramaswamy para um novo “Departamento de Eficiência Governamental”. Já os investidores Scott Bessent e Howard Lutnick são os principais candidatos a secretário do Tesouro e seu ex-representante comercial Robert Lighthizer como czar comercial no segundo mandato.
No radar estão ainda o índice de preços ao consumidor (CPI) americano, que deve subir 0,2% em outubro, e falas de membros do Fed, que devem orientar também as apostas para a reunião de dezembro, quando as chances de manutenção do juro estão em 40%, contra 60% de nova queda de 25 pontos-base.
Balanços
Mais empresas entram em cena na temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024. Nesta quarta-feira, é a vez da B3, Banco do Brasil (BBAS3), Nubank (ROXO34), Allos (ALOS3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) após o fechamento dos mercados.
Segundo análises do mercado, o Banco do Brasil deve apresentar o pior resultado entre os quatro grandes bancos nesta quarta-feira (13). Não porque os números serão totalmente ruins, mas sim devido ao contexto e comparação com o segundo trimestre de 2024 e em relação a alguns pontos do terceiro trimestre de 2023. Entenda mais sobre isso nesta reportagem.
Já nesta manhã, a Gol (GOLL4) reportou uma redução de 36% no prejuízo do terceiro trimestre, para R$ 830 milhões, em relação ao resultado também negativo de R$ 1,3 bilhão reportado no mesmo período de 2023. Veja aqui o balanço completo.
- Confira também o calendário de balanços do terceiro trimestre nesta matéria
Volume de serviços
Nesta manhã, foi divulgado que o volume de serviços prestados cresceu 1% em setembro ante agosto. O dado ficou no teto das expectativas colhidas na pesquisa do Projeções Broadcast. A alta pode estimular ações ligadas ao consumo no Índice Bovespa hoje, a depender do comportamento da curva futura. Isso porque crescimento econômico se traduz em mais consumo, mais inflação no momento em que as expectativas estão desancoradas e deverão deixar a Selic em nível elevado por mais tempo do que o imaginado pelo mercado.
Commodities
O minério de ferro fechou em queda de 0,20% no mercado de Dalian, na China, enquanto o petróleo avança cerca de 0,32% no exterior.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,20% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília), enquanto os da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,29%.
- Confira aqui a agenda completa das empresas nesta quarta-feira
Leilões de dólar do BC
Nesta quarta-feira, acontecem dois leilões de linha – venda de dólar com recompra futura pelo Banco Central (BC) – de até US$ 4 bilhões. As liquidações serão no dia 2 de abril de 2025 para o Leilão ‘A’ e 2 de julho de 2025 para o Leilão ‘B’, cada um no valor de US$ 2 bilhões.
A última vez que o BC vendeu dólar à vista foi em 30 de agosto, quando ofertou US$ 1,5 bilhão. Na época, a intervenção foi vista como uma maneira de amenizar o impacto da saída de cerca de US$ 1 bilhão em razão de um rebalanceamento do EWZ, o ETF (fundos negociados em bolsa como se fossem uma ação) do Brasil no índice do MCSI – do Morgan Stanley Capital International –, sobre a formação da última taxa Ptax daquele mês. Em 2 de setembro, o BC vendeu US$ 735 milhões em swaps cambiais, que equivalem à venda de dólar futuro.
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Sobre a operação desta quarta-feira, o BC provavelmente identificou redução da liquidez e necessidade de prover moeda para operações típicas de fim de ano, como remessas de dividendos pelas empresas com matriz no exterior. “O leilão afeta basicamente o cupom cambial, não a taxa de câmbio, pois não altera a exposição em dólares do mercado“, afirma o estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein, que pode refletir no Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast