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Ibovespa hoje mostra tímida alta; investidores monitoram pacote fiscal, prévia da inflação e tarifas de Trump

Sinais fracos do exterior ainda podem restringir operação no índice hoje. Veja o que esperar do pregão

Ibovespa hoje mostra tímida alta; investidores monitoram pacote fiscal, prévia da inflação e tarifas de Trump
Ibovespa é o principal índice da Bolsa. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,21%, aos 129.310 pontos nesta terça-feira (26). Investidores acompanham o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro e a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O pacote fiscal também segue na pauta – veja aqui a agenda completa de hoje.

Os mercados internacionais mostram pouco fôlego nesta manhã, repercutindo o protecionismo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Com isso, o apetite a risco no principal índice da B3 hoje pode ser limitado diante do tom mais negativo no exterior.

Entretanto, a expectativa de que o anúncio do pacote de corte de gastos não passe desta semana e o viés de alta das commodities e dos índices futuros de ações em Nova York podem estimular o Índice Bovespa hoje para cima na abertura.

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Para Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, a indicação de alta do índice hoje deve-se à expectativa sobre o fiscal. Em sua visão, por mais que tenha saído notícia de que o anúncio não deve ser divulgado nesta terça-feira, alguns pontos foram positivos no qualitativo. “O governo vai mexer em alguns pontos que vão tornar o corte recorrente”, cita.

O que direciona o Ibovespa hoje

Bolsas internacionais

A promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar o protecionismo e aumentar tarifas comerciais a outros países em seu segundo mandato pesa nos mercados internacionais nesta manhã. O cenário geopolítico também inspira cautela.

Se por um lado um potencial cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah pode ajudar a reduzir as tensões no Oriente Médio, preocupa a escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia. Diante desse temor, o rublo caía ante o dólar ao menor nível desde março de 2022.

Nos EUA, as incertezas são com os próximos passos do Fed em dia de divulgação da ata. O distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, disse ser apropriado considerar outro corte de juros de 25 pontos-base em dezembro. Já Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, disse que os juros ainda têm um bom caminho a percorrer até chegarem à neutralidade.

Nas bolsas da Europa, montadoras de veículos despencam com promessa de Trump para 1º dia de mandato nos EUA.

Carrefour (CRFB3)

O momento é delicado também diante do imbróglio gerado pelo boicote do Carrefour às carnes do Mercosul. O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil.

IPCA-15

O IPCA-15 registrou alta de 0,62% em novembro, após ter subido 0,54% em outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou perto do teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. As previsões iam de alta de 0,22% a 0,64%, com mediana positiva de 0,49%.

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Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,35% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,77%. As projeções iam de avanço de 4,35% a 4,79%, com mediana de 4,63%.

Para o economista André Perfeito, economista-chefe e sócio da consultoria APCE, os resultados são preocupantes e reiteram a perspectiva de altas continuadas da Selic nas próximas reuniões. Por ora, ele mantém a estimativa de que a taxa básica chegará a 13% no início de 2025 para depois desacelerar ao longo do ano para o nível de 12%.

Ata do Fed

A ata de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) é um documento elaborado pela autoridade monetária, o Federal Reserve, com os detalhes do que foi discutido e decidido na última reunião em relação às taxas de juros. O documento deve fornecer mais pistas sobre a visão do Fed para os próximos passos.

No começo do mês, o banco central americano decidiu reduzir as taxas de juros americanas em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,5% e 4,75% – o segundo ajuste para baixo realizado em 2024. O primeiro, feito no encontro de setembro, representou o primeiro corte nas taxas desde 2020, durante  pandemia da covid-19.

Commodities

minério de ferro fechou em alta de 0,32% em Dalian, na China, cotado a 783 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 108,15. O petróleo também opera no positivo, subindo 0,70%.

Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,14% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília). Já os da Petrobras (PETR3PETR4) avançavam 0,15% no mesmo horário.

  • Confira aqui a agenda das empresas nesta terça-feira

Pacote de gastos e mercado brasileiro

A expectativa do mercado fica sobre o anúncio do pacote de corte de gastos do governo que pode chegar a R$ 70 bilhões, aguardado para esta terça-feira.

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No entanto, o apetite a risco pode ser limitado diante do tom mais negativo no exterior e após a ministra do Planejamento, Simone Tebet, ter dito na segunda-feira (25) que a decisão sobre o pacote de cortes de gastos públicos “dificilmente” será divulgado nesta terça-feira. O novo adiamento deve pressionar mais o dólar, que fechou a R$ 5,80 na véspera, em meio também aos temores com o protecionismo de Trump.

Nos juros, as taxas ficam sensíveis ao IPCA-15 no Ibovespa hoje, o que pode aliviar as taxas curtas, assim como a média dos núcleos, embora o dólar e os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) mais fortes sejam contraponto.

*Com informações do Broadcast

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