Ibovespa hoje: popularidade de Lula em alta, Lei Magnitsky contra bancos e ata do Fed geram cautela nos mercados; veja o que acompanhar nesta quarta-feira (20)
Ibovespa hoje deve refletir pressão das commodities e do câmbio após fortes perdas recentes em meio à tensão Brasil-EUA
A avaliação positiva do governo Lula subiu de 28% para 31%. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A agenda econômica desta quarta-feira (20) traz como destaque a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), em busca de pistas sobre os próximos passos da política monetária americana. No Brasil, o Ibovespa hoje segue acompanhando os desdobramentos da decisão do ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o crescimento da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em nova pesquisa Genial/Quaest.
Na agenda econômica hoje, dirigentes do Federal Reserve também ganham destaque, em especial o diretor Christopher Waller, que tem direito a voto e é candidato à sucessão de Jerome Powell, em evento sobre inovação tecnológica no Wyoming, no contexto antes do encontro no simpósio de Jackson Hole.
No Brasil, o presidente Lula se reúne nesta manhã com ministros e presidentes de bancos públicos para discutir o crédito imobiliário para reforma de casas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa do 1º Seminário de Governança, Riscos, Controle e Integridade, promovido pela pasta.
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e a diretoria da instituição participam de reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), pela manhã e à tarde. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve participar da Conferência Anual do Santander (SANB11).
No Congresso, a Câmara deve votar a urgência do projeto de lei do Imposto de Renda (IR).
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) instala a comissão parlamentar inquérito (CPI) mista sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o plenário vota em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que limita o pagamento de precatórios por Estados e municípios. Já a Comissão de Infraestrutura realiza o segundo dia de sabatinas de indicados para agências reguladoras.
Entre indicadores, serão publicados a sondagem industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o fluxo cambial semanal.
Publicidade
No Japão, saem também as leituras preliminares de agosto da S&P Global/Jibun Bank para os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) composto, de serviços e industrial.
Ibovespa hoje: os principais assuntos para ficar atento nesta quarta-feira (20)
Bolsas globais mostram fôlego curto à espera da ata do Fed
Cautela precede ata do Fed nas bolsas internacionais. (Foto: Adobe Stock)
Os índices futuros das bolsas de Nova York registram leve baixa, enquanto os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) longos recuam e o dólar hoje mostra estabilidade frente a moedas principais, à espera da ata do Fed e das falas de dois dirigentes da instituição. Na Europa, as bolsas recuam, mas Londres sobe após a aceleração da inflação no Reino Unido.
Também seguem em foco os desdobramentos das negociações para o fim da guerra na Ucrânia. A Casa Branca planeja uma possível reunião trilateral entre os presidentes dos EUA, Rússia e Ucrânia.
O presidente Donald Trump sinalizou que os EUA estão preparados para usar poder aéreo em apoio a uma força de segurança europeia na Ucrânia, mas descartou o envio de tropas terrestres.
No comércio, mais de 400 novos produtos entraram na lista de itens sujeitos à tarifa de 50% sobre aço e alumínio, medida voltada a evitar evasão de tarifas e fortalecer indústrias domésticas sob argumento de segurança nacional.
Commodities hoje: petróleo avança, mas minério recua
O petróleo opera em alta, revertendo perdas da véspera, após dados do American Petroleum Institute (Instituto Americano de Petróleo, em tradução livre) sugerirem queda de 2,4 milhões de barris nos estoques dos EUA na última semana. Nesta manhã, o WTI para outubro avançava 0,86%, a US$ 62,30, e o Brent para outubro subia 0,73%, a US$ 66,27.
Publicidade
Entre as commodities hoje, ominério de ferro recuou 0,19% no mercado futuro de Dalian, na China, no contrato futuro de janeiro de 2026, cotado a 769 yuans por tonelada, equivalente a US$ 107,47.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale(VALE3) avançavam levemente 0,10% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras(PETR3; PETR4) subiam 0,42%.
Ibovespa hoje monitora decisão do STF e popularidade de Lula
A avaliação positiva do governo Lula subiu de 28% para 31 (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A cautela no exterior e a queda do minério devem pesar no Índice Bovespa hoje e no câmbio, embora a alta do petróleo possa aliviar parte da pressão após as fortes perdas de terça-feira (19).
Investidores seguem atentos aos desdobramentos da decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que afirmou que leis estrangeiras só têm validade no Brasil após homologação judicial — vista como reação à sanção dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes no âmbito da Lei Magnitsky. O setor bancário teme represálias legais tanto nos EUA quanto no Brasil.
Além das tensões diplomáticas, o avanço na avaliação de Lula também pode influenciar os negócios. Pela primeira vez desde dezembro de 2024, a maioria dos brasileiros vê o governo como melhor que o de Jair Bolsonaro (PL) – 43% contra 38% –, segundo pesquisa Genial/Quaest. A avaliação positiva de Lula subiu de 28% para 31%, a negativa caiu de 40% para 39%, e a regular foi de 28% para 27%.
Publicidade
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast