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Há alguns vetores de alta, como a valorização de 3,38% do minério de ferro em Dalian, na China, e de cerca de 0,40% do petróleo. Entretanto, prevalece a desvalorização do Índice Bovespa que se dá mesmo após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho vir com um resultado (0,39%) menor do que a mediana das projeções (0,43%), embora tenha acelerado em 12 meses a 4,06%.
“Tinha tudo para ter um pregão menos desfavorável, não digo nem bom pois o exterior está ruim. A curva futura de juros dos Estados Unidos está abrindo e o dólar ganhando força. Os sinais de fora não são os melhores do mundo”, afirma Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
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Até o momento, o dólar à vista atingiu máxima a R$ 5,5215, com alta de mais de 1,00%, ajudando a impulsionar ações de empresas exportadoras como Suzano (SUZB3), que subia 2,43%. Já as ações de grandes bancos cediam em meio à cautela fiscal.
O IPCA-15 vem em meio ao aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao decreto que altera o regime de meta de inflação anual para o modelo de meta contínua a partir de 2025, com alvo em 3%. “A questão é se a inflação irá mesmo convergir para este nível 3%”, questiona Luis Roberto Monteiro, da mesa institucional da Renascença, ressaltando o crescente avanço da desancoragem das expectativas inflacionárias e das preocupações fiscais.
Além das incertezas no Brasil, os investidores mantêm certa cautela quanto às expectativas de queda dos juros nos Estados Unidos. “Então, o mercado interno fica exposto ao exterior. E com o fiscal complicado no Brasil fica difícil”, acrescenta Monteiro.
No encontro de terça-feira (25) no Palácio do presidente Lula com ministros para tratar da meta de inflação contínua, também esteve presidente o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. A presença de Galípolo não estava na agenda oficial do governo, o que gera especulações de que ele será o próximo presidente do BC com o fim do mandato de Roberto Campos Neto.
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Nesta manhã de quarta-feira (26), Lula confirmou que Galípolo foi à reunião para falar sobre a meta de inflação, inflacionária, mas disse que ainda não está pensando na presidência do Banco Central. O encontro extraoficial pode dar uma sensação de que o futuro presidente do BC pode atuar mais alinhado com os desejos políticos do Palácio do Planalto.
Também em entrevista ao UOL nesta manhã, o chefe do Executivo voltou a criticar o atual nível de 10,50% ao ano da taxa Selic. “BC tem necessidade de manter taxa de juros a 10,5% quando inflação está 4%?”, perguntou Lula.
A analista da Empiricus Research ainda acrescenta que apesar de estimar que a próxima gestão do BC manterá uma linha técnica, falas como as de Lula provocam ruídos e geram volatilidade. “O que pesa mesmo são essas críticas e afirmações de que não se pautará no mercado para promover corte de gastos”, diz Larissa.
O presidente do Brasil afirmou que o governo realiza a revisão dos gastos públicos “sem levar em conta o nervosismo do mercado” e disse que há necessidade de manter investimentos em Saúde e Educação. Lula afirmou ainda que não quer que empresários tenham prejuízos, mas criticou a “Faria Lima” e defendeu “repartir o pão de cada dia em igualdade de condições”.
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Nesta quarta-feira (26), o Conselho Monetário Nacional (CMN) para deliberar sobre a manutenção da meta de inflação em 3% (15h) e ainda será divulgado o resultado do governo central de maio, que pode vir com déficit após superávit e reforçar os temores fiscais. No exterior, a agenda está esvaziada.
Às 11h15, o Ibovespa cedia 0,56%, aos 121.647,94 pontos, ante recuo de 0,76%, aos 121.402,00 pontos, na mínima. Vale (VALE3) subia 1,20% e Petrobras avançava entre 0,05% (PETR3) e 0,01% (PETR4).
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