As ações da Azul (AZUL4) sofreram a segunda maior queda do Ibovespa nesta quinta-feira (20), atrás dos papéis da MRV (MRVE3), que caíram 4,23% a R$ 6,57. Os ativos da companhia aérea terminaram o pregão em baixa de 4,09% cotados a R$ 7,73– o menor valor de fechamento desde 3 de março de 2023, então a R$ 7,24.
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Só nesta semana, as ações da empresa acumulam queda de 14,87%. Tanto na terça-feira (18) quanto na quarta-feira (19), elas lideraram as perdas do Ibovespa ao recuarem 6,11% e 4,62%. No mês de junho, já registram uma baixa de 18,27% e, em 2024, o resultado não é diferente: os papéis apresentam desvalorização de 51,66%.
No pregão desta quinta-feira, as ações foram penalizadas pela alta dos contratos futuros de petróleo, que tendem a influenciar no preço do querosene de aviação e, consequentemente, prejudicar o desempenho das aéreas. Enquanto o barril do Brent para agosto subiu 0,75%, a US$ 85,74 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), o WTI para agosto fechou com alta de 0,72%, a US$ 81,29 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Os contratos foram apoiados pela redução nos estoques da commodity nos Estados Unidos ao longo da última semana.
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Além da pressão do petróleo, a Azul também sente o efeito da valorização do dólar. Após ensaiar uma queda pela manhã desta quinta-feira, a moeda ganhou força à tarde no mercado doméstico, em sintonia com o fortalecimento da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries (títulos públicos americanos). Ao final do pregão, a divisa fechou em alta de 0,37% a R$ 5,4619. Foi o maior valor registrado durante o terceiro mandato do presidente Lula e o maior patamar desde julho de 2022, então a R$ 5,4977.
“O dólar alto prejudica companhias aéreas e com isso vemos a Azul sofrendo hoje”, afirma Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital. É o que ocorre também com a Gol (GOLL4), que fechou em queda de 0,97% a R$ 1,02 fora do Ibovespa. No ano, os papéis da aérea, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, acumulam baixa de 88,63%.
“A saída de dólares do país segue forte e isso reflete na cotação da moeda e também no volume de negociação do nosso mercado, que tem encolhido muito ao longo deste ano. Os investidores estrangeiros estão movendo seus recursos de risco para outros países emergentes que demonstram melhores perspectivas do que o Brasil”, destaca Silva, da GT Capital.