Ibovespa hoje: índice fecha em alta com frigoríficos e mineradoras na ponta positiva

O Ibovespa hoje registrou a sua quarta alta do mês de junho e chegou a testar os 120 mil pontos, alcançando máxima a 120.108,98 pontos.

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Nesta terça-feira (18), a principal referência da B3 terminou o dia em alta de 0,41% aos 119.630,44 pontos, com giro de R$ 18,5 bilhões na sessão, na véspera da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom).

No início do dia, investidores repercutiram a entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva à Rádio CBN. O presidente afirmou que o dirigente do Banco Central não estaria atuando com neutralidade ou “autonomia”.

Lula também disse que o perfil do próximo presidente da autoridade monetária será o de alguém com foco no crescimento do País, e que não se curve a “pressões do mercado”.

“Mais cedo, tivemos um discurso do Lula em relação ao Campos Neto, com críticas bem duras a ele, mas não acredito que isso tenha mexido no mercado, que está em compasso de espera pela decisão de taxas de juros amanhã pelo Copom”, destaca Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

O Ibovespa conseguiu relevar as falas de Lula, com a influência da valorização de papéis de grande peso. Os ativos da Petrobras (PETR4;PETR3) foram impulsionados pela notícia de que a empresa fechou um acordo de R$ 19,8 bilhões com a Receita Federal, conforme antecipado pela Coluna do Estadão. A negociação foi firmada para encerrar litígios da estatal no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Já a Vale (VALE3) se saiu bem e encerrou em valorização de 0,46% a R$ 60,66, após o minério de ferro fechar em alta no exterior. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2024, terminou em alta de 0,24%, cotado a 820,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 113,08.

Em Nova York, os principais índices acionários fecharam em alta. S&P 500 e Nasdaq registraram ganhos de 0,25% e 0,03%, respectivamente, em novas máximas de fechamento, enquanto o Dow Jones subiu 0,15%. A ação da Nvidia saltou 3,51% e levou a empresa a fechar com valor de mercado US$ 3,335 trilhões, de acordo com o site Companies Market Cap. Com o resultado, a fabricante de chips ultrapassou a Microsoft e se tornou a companhia de capital aberto mais valiosa do planeta.

Nesta terça-feira, o dólar avançou 0,22% frente ao real na sessão, atingindo R$ 5,4342. O euro, por sua vez, subiu 0,26%, sendo negociado a R$ 5,836 ao final do pregão.

Maiores altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN (CSNA3), BRF (BRFS3) e CSN Mineração (CMIN3).

CSN (CSNA3): +9,07%, R$ 12,99

As ações da CSN (CSNA3) lideraram os ganhos do Ibovespa e encerraram em valorização de 9,07% a R$ 12,99. O movimento positivo veio após a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferir decisão favorável, por maioria, em ação envolvendo a disputa societária na Usiminas (USIM5) entre a companhia e o grupo Ternium.

A maioria dos ministros da 3ª Turma do STJ decidiu acatar o recurso que reconhece direito da CSN a uma indenização a ser paga pela Ternium.

A CSNA3 está em baixa de 0,69% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 30,35%.

BRF (BRFS3): +5,5%, R$ 19,19

Quem também se saiu bem no dia foram as ações da BRF (BRFS3), que fecharam em alta de 5,5% a R$ 19,19. Ao Broadcast, João Gabriel Abdouni, analista da Levante Corp, destacou que a decisão da China de abrir uma investigação antidumping sobre importações de carne suína da União Europeia favorece a empresa.

A BRFS3 está em alta de 3,28% no mês. No ano, acumula uma valorização de 38,96%.

CSN Mineração (CMIN3): +3,91%, R$ 5,05

Entre os destaques positivos do dia, estiveram ainda as ações da CSN Mineração (CMIN3), que encerraram em valorização de 3,91% a R$ 5,05. Os papéis foram impulsionados pela alta do minério de ferro no exterior, em dia positivo para ativos de mineradoras e siderúrgicas em geral.

A CMIN3 está em alta de 2,23% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 32,58%.

Maiores quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), CVC (CVCB3) e Sabesp (SBSP3).

Azul (AZUL4): -6,11%, R$ 8,45

Os papéis da Azul (AZUL4) registraram a principal queda do Ibovespa nesta terça-feira e fecharam em baixa de 6,11% a R$ 8,45. Além do dólar, que seguiu forte, pesou contra a companhia aérea a alta do petróleo e dos juros futuros, que dificultam a desalavancagem de empresas do setor.

Ao Broadcast, Hugo Queiroz, sócio diretor da L4 Capital, explicou que trata-se de um negócio de margem apertada e volátil. “O risco financeiro é muito latente. Não tem nenhum grande atrativo para o investidor manter posição em companhia aérea”, diz.

A AZUL4 está em baixa de 10,77% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 47,22%.

CVC (CVCB3): -5,45%, R$ 1,91

Na lista de maiores baixas do pregão, estiveram também as ações da CVC (CVCB3), que encerraram em baixa de 5,45% a R$ 1,91. Na véspera do Copom, a alta dos juros futuros voltou a penalizar ativos sensíveis ao tema, como os da empresa.

A CVCB3 está em baixa de 1,04% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 45,43%.

Sabesp (SBSP3): -2,97%, R$ 72,11

As ações da Sabesp (SBSP3) foram outras que ficaram entre os principais destaques negativos da sessão, terminando o dia em queda de 2,97% a R$ 72,11. O movimento ocorreu após a notícia de que a IG4 desistiu da disputa pela companhia na etapa de manifestação de interesse.

“Saída dela causa um pouco mais de pressão na Sabesp. Ao que tudo indica, vai ser Equatorial (EQTL3) e a Aegea na disputa. Quanto menos concorrência dentro do certame, é ligeiramente mais negativo, principalmente na hora de definição de preço e afins”, destacou Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset, ao Broadcast.

A SBSP3 está em baixa de 2,37% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 2,88%.

*Com Estadão Conteúdo

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