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Ibovespa hoje recua com pressão do dólar e inflação; veja ações em destaque

Sessão é marcada pela cautela nos ativos brasileiros e novas previsões para a economia

Ibovespa hoje recua com pressão do dólar e inflação; veja ações em destaque
Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje intensificou queda após abrir com recuo de 0,41%, aos 121.601 pontos. Às 15h (de Brasília), o índice cede 0,88%, aos 121.022,59 pontos, em sessão marcada pela cautela nos ativos brasileiros.

As atenções do mercado estão voltadas para as novas previsões para a economia do boletim Focus e para a gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central (BC) – veja aqui a agenda completa da semana.

Os mercados internacionais amanheceram sem fôlego, com as commodities operando em direções contrárias. O dólar mostra força ante o real nesta segunda-feira (23), subindo 1,90%, a R$ 6,188.

Enquanto isso, os juros futuros aceleram alta em meio à nova rodada de revisões para cima nas projeções para a inflação no boletim Focus, que deve pesar no principal índice da B3 hoje.

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Investidores ainda reverberam incertezas fiscais, mesmo após a aprovação do pacote de corte de despesas pelo Congresso Nacional na semana passada. Isso porque a economia prevista pelo governo deve ficar aquém do esperado, conforme novos cálculos de especialistas, após a desidratação dos projetos fiscais.

Em meio a sinais de que o governo não reduzirá os gastos públicos, o economista-chefe da Blue3, Roberto Simioni, estima que as expectativas de inflação continuarão subindo e desancoradas, exigindo maior esforço do Banco Central. “O Comitê de Política Monetária (Copom) deu guidance (projeção) para os próximos encontros, de mais duas altas de um ponto percentual em cada um deles”, diz.

O que movimenta o Ibovespa hoje

Ações da Bolsa

O índice hoje mantém seu painel predominando ativos no vermelho, mas a Hypera (HYPE3) consegue driblar a pressão, liderando a ponta positiva da Bolsa. A companhia sobe 4,88% em movimento de ajuste depois de fortes tombos.

Mesmo assim, o papel da empresa cai mais de 3% no mês, e no ano a redução soma 45,68%. Na ponta negativa, quem comanda é a Automob (AMOB3), que mostra queda de 16,67% neste pregão.

As queridinhas da B3, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) operam no campo azul do índice. A mineradora sobe 0,37%, acompanhando a alta de 0,84% do minério de ferro. Já a petroleira avança 0,18% (PETR3) e 0,22% (PETR4), ignorando as perdas dos preços do petróleo.

Bolsas internacionais

As bolsas da Europa fecharam na maioria em leve baixa, com foco em dados econômicos, em uma semana de liquidez reduzida devido ao feriado de Natal.

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,9% no terceiro trimestre, abaixo da previsão, enquanto não teve crescimento ante o trimestre anterior. A Capital Economics atribui o desempenho fraco a fatores como aperto monetário e incertezas fiscais.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a inflação na zona do euro está próxima da meta de 2%, mas com incertezas sobre a inflação de serviços.

Nos EUA, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar avançam, impulsionados por dados inflacionários mais baixos e a aprovação de um projeto de lei que evita a paralisação do governo.

Investidores se ajustam também à expectativa por um ritmo mais lento de relaxamento monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), após sinais conservadores na última reunião de dezembro.

Boletim Focus

boletim Focus do Banco Central atualizou as previsões para os principais indicadores da economia, nesta segunda-feira (23), como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Selic.

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A mediana do IPCA para 2024 passou de 4,89% para 4,91%, mantendo-se acima do teto da meta. Para 2025, a mediana foi de 4,60% para 4,84%.

Para horizontes mais longos, as estimativas do documento do BC para o IPCA se mantiveram em 4,00%, em 2026, e passaram de 3,66% para 3,80% em 2027.

Enquanto isso, para a Selic de 2025, a mediana do boletim Focus passou de 14% para 14,75%. No fim de 2026, foi de 11,25% para 11,75%. Em 2027, a taxa básica deve ficar em 10%.

Gabriel Galípolo à frente do BC

Após o afago do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, dizendo que ele será o chefe da autarquia com “mais autonomia” que a instituição já teve, o mercado acompanha o primeiro dia dele como presidente interino no BC.

O presidente Lula sinalizou, em almoço com ministros, o desejo de pacificar a relação com o mercado financeiro, reconhecendo as razões para os juros altos, apesar de criticá-los. No evento, participou Gabriel Galípolo, com quem Lula tem boa relação e reafirmou confiança, descartando interferências no BC. A postura contrasta com o tom crítico usado contra Roberto Campos Neto, atual presidente da autoridade monetária.

Mercado brasileiro

Investidores aguardam os dados de transações correntes, com previsão de déficit de US$ 3,45 bilhões em novembro, e entrada líquida de US$ 6 bilhões no Investimento Direto no País.

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Após a aprovação do pacote fiscal pelo Congresso na semana passada, a sanção dos projetos ainda deve ocorrer este ano, com avaliação jurídica ágil conduzida pela Casa Civil.

Na avaliação de analistas de mercado financeiro, o impacto fiscal previsto pelo governo de R$ 71,9 bilhões deve diminuir entre R$ 8 bilhões e R$ 20 bilhões nos próximos dois anos devido às alterações feitas pelos parlamentares.

Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.

*Com informações do Broadcast

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