

O Ibovespa fechou em forte alta nesta segunda-feira (14), com o mercado brasileiro seguindo o bom humor das Bolsas internacionais. O dia positivo ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, isentar importações de smartphones e outros aparelhos eletrônicos das tarifas recíprocas, ajudando a impulsionar o apetite por risco.
O Ibov fechou em valorização de 1,39% aos 129.453,91 pontos, com a alta das ações da Vale (VALE3), seus papéis de maior peso. Os ativos de grandes bancos também avançaram e contribuíram para o desempenho positivo.
Os desdobramentos da política tarifária seguiram no radar. Trump isentou smartphones, computadores e outros aparelhos e componentes eletrônicos como semicondutores das chamadas tarifas recíprocas, de acordo com um comunicado divulgado na noite de sexta-feira (11), beneficiando principalmente a China. Em postagem no domingo (13), no entanto, Trump sugeriu que esses produtos poderão ser penalizados com tarifas separadas como parte de uma investigação sobre semicondutores. Ele também ressaltou que produtos eletrônicos continuam sujeitos à tarifa de 20% relacionada ao fentanil.
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A notícia também trouxe um certo alívio para o mercado acionário europeu. A Bolsa de Londres (FTSE 100) subiu 2,14%, Frankfurt (DAX) avançou 2,85% e Paris (CAC 40) subiu 2,37%. Já Madri (IBEX 35), Milão (FTMIB) e Lisboa (PSI 20) avançaram, respectivamente, 2,64%, 2,88% e 0,95%. Em meio às incertezas do ambiente comercial, é amplamente esperado que o Banco Central Europeu (BCE) corte seus juros básicos mais uma vez na reunião de política monetária desta semana, marcada para quinta-feira (17).
Paralelamente, os EUA buscam acordos com a União Europeia (UE) e uma série de países, após a suspensão das tarifas recíprocas por 90 dias para todos os parceiros comerciais, exceto China, na semana passada. Na tentativa de chegar a um acerto com Washington, a UE também suspendeu um plano de contramedidas por 90 dias, o que ajudou a impulsionar o Ibovespa.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street encerraram no azul. O Dow Jones subiu 0,78%, o S&P500 avançou 0,79% e o Nasdaq teve valorização de 0,64%. Já o dólar hoje encerrou a sessão em queda de 0,33% ante o real, a R$ 5,8512.
Isenção é boa para big techs
A notícia das isenções das tarifas para smartphones e outros produtos eletrônicos é especialmente boa para alguma das principais empresas americanas de tecnologia. Muitas delas foram as que mais sofreram desde que o tarifaço foi anunciado.
Dados levantados por Einar Rivero, sócio fundador da Elos Ayta Consultoria, mostram que as Bolsas de NY perderam US$ 4,22 trilhões desde 02 de abril. O impacto foi generalizado, mas o foco da derrocada esteve mais uma vez nas gigantes de tecnologia. O grupo conhecido como Seven Magnificents – Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet, Meta e Tesla – viu seu valor encolher em US$ 973 bilhões entre 02 e 10 de abril. A maior queda individual foi justamente da Apple, que depende das importações chinesas na fabricação de smartphones, e perdeu US$ 502 bilhões em valor de mercado no período.
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Agora, a nova lista de isenção anunciada pelos EUA deve ajudar essas empresas. As ações reagiram positivamente nesta segunda-feira. A Apple (AAPL) teve alta de 2,21%, enquanto Alphabet (GOOGL) subiu 1,23%. Já Tesla (TSLA) avançou 0,02%. Meta (META), Nvidia (NVDA), Microsoft (MSFT) e Amazon (AMZN), por sua vez, recuaram 2,22%, 0,20%, 0,16% e 1,48%, nesta ordem.
Petroleiras sobem na Europa
Em dia favorável para as Bolsas europeias, ações de petróleo e gás saltaram 3,4%, mesmo diante de previsões de preços mais fracos para o petróleo em 2025. Os bancos também registraram ganhos, como o Standard Chartered, que subiu 4,92%, e o Barclays, que avançou 4,83%, em Londres. No setor de saúde, a dinamarquesa Novo Nordisk registrou alta de 3,7%, após a concorrente Pfizer suspender o desenvolvimento de sua pílula experimental para emagrecimento.
A temporada de balanços ganha tração nesta semana. A gigante de luxo LVMH divulgou seus resultados após o fechamento do mercado. A empresa registrou receita de 20,31 bilhões de euros nos primeiros três meses do ano, abaixo da projeção de analistas de 21,21 bilhões de euros e 3% menor em termos orgânicos do que no mesmo período do ano anterior.
Mercados asiáticos avançam de olho em Trump
As Bolsas asiáticas subiram após a isenção americana para a importação de produtos eletrônicos. Liderando os ganhos na Ásia, o índice Hang Seng avançou 2,40% em Hong Kong, a 21.417,40 pontos, enquanto o japonês Nikkei subiu 1,18% em Tóquio, a 33.982,36 pontos, e o sul-coreano Kospi teve alta de 0,95% em Seul, a 2.455,89 pontos.
Na semana passada, os EUA suspenderam as tarifas “recíprocas” por 90 dias para todos os países, exceto China. Dados mostraram hoje que as exportações chinesas deram um salto anual de 12,4% em março, bem maior do que o esperado, refletindo provavelmente a antecipação de embarques antes de tarifas dos EUA entrarem em vigor.
Exceção na Ásia hoje, o Taiex teve perda marginal de 0,08% em Taiwan, a 19.513,09 pontos, sob o peso da ação da TSMC (-2,7%), maior fabricante de semicondutores do mundo. Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,76%, a 3.262,81 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,15%, a 1.903,49 pontos.
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O presidente chinês, Xi Jinping, iniciou hoje um giro de uma semana por países do Sudeste Asiático em meio às tensões comerciais com os EUA. Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o tom majoritariamente positivo da região asiática, e o S&P/ASX 200 avançou 1,34% em Sydney, a 7.748,60 pontos. Todo esse bom humor global poder impulsionar o Ibovespa.
Petróleo fecha estável
Os contratos futuros de petróleo perderam força ao longo do dia e fecharam o pregão desta segunda-feira muito perto da estabilidade. Os investidores viram com preocupação o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reduziu sua previsão de crescimento da demanda global pela commodity em 2025 e 2026.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para maio subiu 0,05%, fechando a US$ 61,53 o barril. O Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,19%, para US$ 64,88 o barril. Em relatório, a Opep afirmou que espera que a demanda global por petróleo aumente em 1,3 milhão de barris por dia (bpd) neste ano e no próximo – cerca de 100 mil bpd a menos em cada ano em relação às previsões anteriores.
Ouro encerra em queda após recordes recentes
Os preços do ouro recuaram nesta segunda-feira, após atingirem um novo recorde na semana passada. O movimento ocorreu em meio a uma aparente trégua tarifária de Trump sobre eletrônicos de consumo, o que renovou o apetite por risco no mercado.
Na Comex, divisão de metais da Nymex, o contrato para entrega em junho recuou 0,56%, encerrando a sessão a US$ 3.226,3 por onça-troy. Na máxima do dia, o ouro chegou a bater US$ 3.261,
*com informações do Broadcast
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