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Tempo Real

Ibovespa fecha em alta com dados do Caged e ataque de Trump ao Fed no radar; dólar cai

Cautela internacional limita ritmo da Bolsa brasileira. Índice da B3 se recupera após dois pregões de queda

Por Camilly Rosaboni

27/08/2025 | 8:45 Atualização: 27/08/2025 | 17:39

Caged fica no foco com dados de emprego no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
Caged fica no foco com dados de emprego no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje fechou em alta nesta quarta-feira (27), recuperando os 139 mil pontos e buscando o patamar de 8 de julho, data anterior ao anúncio do tarifaço do presidente americano Donald Trump. Entre as ações de destaque da sessão, está a Braskem (BRKM5), com alta de 5,79%. O mercado também ponderou os números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e as expectativas sobre o balanço da Nvidia (NVDC34).

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Enquanto as incertezas quanto à política monetária nos Estados Unidos dão sinais de que se estenderão por mais tempo (leia mais abaixo), investidores aguardam indicadores econômicos que facilitam as projeções para o curto e médio prazo.

“O cenário político está até controlado, sem grandes surpresas recentemente, sem nenhum avanço na relação do Brasil com os Estados Unidos. Mas isso não quer dizer que não possa haver alguma reviravolta durante a semana, que volte a trazer volatilidade“, disse Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.

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De acordo com o profissional, a fala de Gabriel Galípolo hoje à tarde não devia trazer elementos que influenciassem o mercado, como sinalizações e guidances (projeções), uma vez que o Banco Central (BC) finalmente chega a um momento em que a política monetária começa a fazer efeito na economia. Ainda assim, após a divulgação dos dados de emprego do Caged, a bolsa acelerou ritmo de alta.

A tarde também é de recuperação dos preços do petróleo (+0,74%), em um ambiente ainda de instabilidade, e de nova queda do minério de ferro na China (0,64%). Hoje entra em vigor a sobretaxação das importações americanas de produtos da Índia, o que mantém o investidor atento a novas ofensivas dos EUA, como a taxa de 200% que o presidente Donald Trump ameaça lançar contra a China.

Já o dólar hoje não pesa tanto sob o real, pelo contrário, a moeda americana fechou em queda de 0,32%, no valor de R$ 5,4170 – reportagem completa aqui.

No Brasil, a questão fiscal também é fator de incerteza crônica, que eleva a expectativa por sinais a serem emitidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por Galípolo hoje.

“Em semana de divulgação do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), preocupações fiscais locais voltam ao radar, após o governo anunciar mais uma rodada de crédito subsidiado às empresas, além da falta de clareza sobre as medidas compensatórias do projeto de redução do Imposto de Renda”, explica o economista-sênior e sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.

Ibovespa hoje: os destaques desta quarta-feira (27)

Bolsas globais buscam recuperação em meio a tensões entre Trump e Fed

Donald Trump durante discurso; Após ameaças ao Federal Reserve, dúvidas sobre a independência do banco central americano surgem. (Foto: Adobe Stock)
Após ameaças de Trump ao Federal Reserve, dúvidas sobre a independência do banco central americano surgem. (Foto: Adobe Stock)

As bolsas de Nova York avançam, enquanto as bolsas europeias fecharam em baixa, com exceção de Paris que manteve viés positivo, em meio à atenção dos investidores aos riscos à independência do Fed após a demissão da diretora Lisa Cook pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A medida deve resultar em batalha judicial, já que Cook se negou a deixar o cargo.

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Trump também está revisando opções para exercer mais influência sobre as 12 distritais regionais do Fed, o que potencialmente estenderia seu alcance além das nomeações de pessoal em Washington.

Na União Europeia (UE), a meta é acelerar a discussão sobre atualizações na legislação até o final da semana para remover tarifas sobre produtos industriais dos EUA — uma exigência de Trump para que os americanos reduzam as tarifas sobre automóveis do bloco.

Já o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que haverá uma reunião chefiada por Trump, hoje na Casa Branca, para discutir planos para Gaza após a guerra.

Balanço da Nvidia: o que esperar dos resultados da big tech?

Balanço da Nvidia revela mais que números. É termômetro do apetite global por IA e do rumo da Bolsa dos EUA. Foto: AdobeStock

Nos Estados Unidos, o destaque fica com o balanço da Nvidia (NVDC34), principal fabricante de chips de inteligência artificial (IA), depois do fechamento do mercado. Como principal referência entre as big techs, seu balanço pode ser interpretado como um reflexo do interesse mundial por tecnologia – e, ao mesmo tempo, como um indicador do rumo da bolsa de valores dos Estados Unidos – leia mais nesta reportagem.

  • Leia mais: Enquanto Nvidia derrete em NY, concorrente chinesa fecha em alta após receita disparar no 1º semestre

As projeções indicam faturamento de US$ 45,9 bilhões, alta de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior. O grande foco, porém, estará no guidance (projeção) da companhia para o próximo trimestre, atualmente estimado em US$ 52,7 bilhões.

O papel da Nvidia (NVDC34) fechou em queda no índice de ações Nasdaq, que, por sua vez, avançou 0,21%. Veja aqui o pregão das ações da Nvidia.

Caged: veja as expectativas para os dados de emprego em julho

A mediana das estimativas do mercado indicava criação líquida de 135 mil vagas com carteira assinada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, perdendo ritmo em relação a junho, quando houve saldo positivo de 166.621 vagas. As projeções para esta leitura variam de 110 mil a 185.521 vagas.

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A divulgação, porém, mostrou que o Caged de julho contou com a criação de 129.775  novas vagas formais no País, abaixo da expectativa e reforçando o diagnóstico de que o mercado de trabalho segue apertado.

O saldo de janeiro a julho é positivo em 1.347.807 postos formais, um resultado 10,3% menor do que o observado no mesmo período de 2024, quando foram criados 1.503.467 novos empregos formais. No acumulado de 12 meses, os números mostram 1.523.904 contratações líquidas.

Todos os cinco grandes setores acompanhados pelo Ministério do Trabalho e Emprego tiveram criação líquida de empregos em julho O setor de serviços teve a criação mais expressiva, com 50.159 novos postos de trabalho formal. É o equivalente a 38,6% do saldo do Caged no mês, positivo em 129.775 vagas.

O comércio abriu 27.325 novas vagas em julho, e a agropecuária, 8.795 vagas. O saldo da indústria foi positivo em 24.426 postos de trabalho. A construção civil, por sua vez, teve geração líquida de 19.066 vagas.

O que mais esperar do Ibovespa hoje?

O Brasil segue sem avançar nas negociações comerciais com os EUA. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a pasta atua em várias frentes para abrir um canal racional de diálogo. Enquanto isso, o México ultrapassou os EUA e se tornou o segundo maior mercado de carne bovina brasileira.

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Em meio à mobilização da oposição para alterar a compensação do projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que o governo e sua base não aceitam que “não exista a tributação dos mais ricos”.

A expectativa de governistas era de que o texto passasse no Plenário nesta semana, antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Esses e outros dados do dia impactaram as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.

*Com informações de Paula Dias, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast

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