O Ibovespa hoje opera em queda, em dia marcado por um “pânico” generalizado nos mercados globais. Na última hora, no entanto, o índice reduziu o ritmo de perdas, em sintonia com a desaceleração do recuo das Bolsas de Nova York. Às 14h39 desta segunda-feira (5), a principal referência da B3 cede 0,53% aos 125.190,40 pontos, após oscilar entre máxima a 125.850,51 pontos e mínima a 123.073,16 pontos.
Leia também
O temor por uma recessão nos Estados Unidos tem gerado uma forte aversão ao risco nos investidores. No Japão, o índice Nikkei 225 encerrou o pregão desta segunda-feira com uma desvalorização de 12,40%, o pior desempenho desde 1987. O sentimento de cautela reflete os dados do payroll (relatório oficial de empregos americano), divulgado na sexta-feira (2), que mostrou a criação de 114 mil trabalhos em julho, em termos líquidos. O resultado ficou abaixo do piso das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 135 mil a 225 mil vagas, com mediana de 180 mil.
Os dados também têm mexido com o VIX (Volatility Index em inglês, mais conhecido como “índice do medo”), calculado com base no preço de mercado para opções no S&P 500. O indicador sobe 40,23%, a 32,80 pontos. Quando ultrapassa a marca de 30 pontos, a referência sinaliza uma turbulência extrema no mercado.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Diante das preocupações com a economia americana, as Bolsas de Nova York registram forte queda nesta tarde. Nasdaq recua 2,81%, após ter chegado a cair mais de 6% pela manhã. Enquanto isso, Dow Jones e S&P 500 têm perdas de 2,28% e 2,51%, respectivamente. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos colocou em dúvida a narrativa sobre a fraqueza na economia do país. O indicador subiu de 48,8 em junho a 51,4 em julho, acima da expectativa de analistas ouvidos pela FactSet, que previam um aumento menor, a 51.
O mau humor no exterior contamina o Ibovespa, que luta para tentar se manter acima de 125 mil pontos. Entre as principais perdas do dia, estão as ações da CVC (CVCB3) e da Azul (AZUL4), que recuam 3,78% e 3,77%, respectivamente. Papéis de empresas cíclicas, mais sensíveis a juros, sofrem com o aversão a risco no mercado global.
Do lado oposto, as ações do Bradesco (BBDC4;BBDC3) registram a principal alta do Ibovespa hoje. Enquanto os ativos preferenciais do banco (BBDC4) sobem 6,88% a R$ 13,52, os ordinários (BBDC3) avançam 6,97% a R$ 12,12. O movimento ocorre após a instituição reportar lucro de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre deste ano, 7,77% acima da média das estimativas das sete casas (BTG Pactual, Citi, Safra, JPMorgan, XP, Goldman Sachs e Santander) consultadas pelo Prévias Broadcast, que era de R$ 4,376 bilhões.
Como é calculado o índice Ibovespa?
O sistema de pontos do índice da B3 busca representar o comportamento dos preços do conjunto de ações nos pregões administrados pela B3. Cada ponto equivale a R$ 1. Assim, uma carteira com uma composição idêntica à do índice custa aproximadamente R$ 129 mil, que é a quantidade de pontos do Ibovespa.
Apesar de a pontuação ser importante para compreender a valorização da Bolsa, a variação de pontos durante um período é referência mais relevante para entender e comparar o desempenho das ações e de fundos de renda variável. Dessa maneira, qualquer investimento do tipo deve ter uma rentabilidade maior do que essa taxa para ser considerado bom.
Publicidade
A flutuação do Ibovespa hoje reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do índice Ibov sobe, significa que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.
*Com informações do Broadcast