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Ibovespa hoje: cenário fiscal e commodities empurram o índice para baixo

Com poucos indicadores na agenda, a temporada de balanços e as eleições nos EUA ficam no foco do Índice Bovespa

Ibovespa hoje: cenário fiscal e commodities empurram o índice para baixo
Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje se mantém no negativo desde o início do pregão desta terça-feira (23). Às 13h10, o índice recua 0,65%, aos 127.0281 pontos.

A desvalorização das commodities e a persistente incerteza fiscal no Brasil empurram o principal índice da B3 para baixo. O petróleo amplia perdas, cedendo 2,42% (WTI) e 2,18% (Brent) nos contratos futuros para setembro. Já o minério de ferro fechou em queda de 3,43% em Dalian, na China.

O que impacta o Ibovespa hoje

Eleições nos EUA

Com poucas divulgações de indicadores nesta terça-feira, o foco fica na temporada de balanços no Brasil e nos Estados Unidos, bem como na eleição americana.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, conquistou na segunda-feira (22), o apoio da maioria dos delegados para ser a candidata presidencial democrata, após a desistência de Joe Biden, no domingo (21). Nas primeiras 24 horas após a troca na chapa democrata, a campanha arrecadou também um recorde de US$ 81 milhões. Em discurso em Wilmington, no Estado de Delaware, Kamala Harris afirmou que derrotará Donald Trump nas urnas. O primeiro grande desafio da campanha será escolher um vice.

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A reviravolta na campanha reduz parcialmente o favoritismo de Trump. Pesquisa conduzida pelo instituto Morning Consult mostra Trump com dois pontos porcentuais de vantagem (47%) em uma disputa hipotética com Kamala (45%), mas ela aparece mais bem posicionada que Joe Biden em sondagem realizada antes do anúncio. A Oxford Economics, no entanto, avalia que a probabilidade de Trump se tornar o próximo presidente permanece em 55%.

Mercado Brasileiro

Os investidores ainda digerem o 3º relatório de Avaliação Bimestral de Receitas e Despesas, apresentado na segunda-feira (22), quando os ministérios da Fazenda e do Planejamento confirmaram a contenção de R$ 15 bilhões em despesas discricionárias no Orçamento deste ano para cumprir o limite de gastos do novo arcabouço fiscal.

“A indicação é de que esses R$ 15 bilhões não serão suficientes para cumprir o arcabouço fiscal. Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sinalizado positivamente que está aberto a novos contingenciamentos, os agentes do mercado têm dúvida quanto à manutenção do arcabouço”, explica Moreira, da One Investimentos.

Na última segunda-feira, o governo aumentou em R$ 11,7 bilhões a projeção de despesas para 2024 com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Previdência Social. Essa alta levou a equipe econômica a realizar um bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento deste ano, como adiantou na semana passada o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A estimativa agora é de que as contas públicas fechem com rombo de R$ 28,8 bilhões – no piso do intervalo de tolerância da meta fiscal (o centro da meta seria déficit zero).

Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, ressalta críticas de alguns quanto ao fato de o governo mirar o piso do intervalo, e não o centro da meta fiscal, o que não deixa margem para eventuais surpresas. “A demonstração de que há uma preocupação com os rumos fiscais, inclusive reiterada em declarações ontem do presidente Lula, estanca a recente deterioração, mas não é suficiente para desencadear uma melhora firme da percepção de risco”, avalia o sócio da Tendências em relatório.

Destaques na Bolsa

Na B3, o Carrefour (CRFB3) reverteu prejuízo e registrou um lucro líquido R$ 330 milhões no segundo trimestre – veja mais aqui. Ainda assim, as ações operam em baixa, com recuo de 2,43%, a R$ 10,44.

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Ainda no âmbito corporativo, a Vale (VALE3) fica no centro das atenções. A empresa informou que Shaun Usmar assumirá o cargo de diretor executivo (CEO) da Vale Base Metals a partir do quarto trimestre de 2024 – confira todos os detalhes aqui. “Podemos ver surpresa no balanço da Vale sai na quinta-feira (25), após o fechamento do mercado, mas até lá os papéis tendem a se comportar conforme o minério de ferro. Há preocupações com a demanda chinesa”, afirma Pedro Moreira, sócio da One Investimentos. A mineradora recua 1,46%, negociada a R$ 60,16.

Na ponta positiva do Índice Bovespa, estão as ações da Embraer (EMBR3) com alta de 6,30%, cotadas a R$ 41,03. Os papéis reagem ao relatório do BTG Pactual dizendo que os ativos da empresa estão sendo negociados abaixo de seus pares da indústria e mantendo a recomendação de compra.

Já a Gerdau (GGBR4) puxa os ativos em queda no Ibovespa, com recuo de 4,50%, a R$ 18,04, acompanhando o ritmo de queda de empresas ligadas a metais.

*Com informações do Broadcast