Painel do Ibovespa mostra cotações do dia na bolsa de valores brasileira. (Foto: Werther Santana/Estadão)
O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (4), com ações ligadas ao varejo entre os principais destaques negativos do dia. A principal referência da B3 terminou a sessão em baixa de 0,65%, aos 128.340,54 pontos, após oscilar entre máxima a 129.307,41 pontos e mínima a 128.278,26 pontos.
Na Bolsa brasileira, ações de grande liquidez operaram no território negativo. Os papéis da Vale (VALE3), de maior peso para a carteira teórica do Ibovespa, recuaram acompanhando o desempenho do minério de ferro, que encerrou a sessão em baixa de 0,11%, na Bolsa de Dalian, na China. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) foram outros que caíram, após os contratos futuros de petróleo no exterior fecharem em baixa. Vale lembrar que a petroleira deve divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2023 na próxima quinta-feira (7).
As ações do setor financeiro também sofreram na sessão. Considerando os grandes bancos, Bradesco (BBDC4;BBDC3) e Itaú (ITUB4) sofreram as principais baixas do segmento. Já os papéis da B3 (B3SA3) estenderam as perdas da última sexta-feira (1°), com a possibilidade de uma nova Bolsa de Valores no Brasil. O projeto, estruturado pelo Mubadala Capital, asset dos Emirados Árabes Unidos, está previsto para o segundo semestre de 2025.
Quem liderou as perdas do Ibovespa no dia, no entanto, foram as ações do Pão de Açúcar (PCAR3). Na sexta-feira (1°), os papéis da empresa já haviam ficado entre as principais baixas do Ibovespa, ao fecharem a sessão em desvalorização de 3,72%, sendo negociados a R$ 3,88. Ao Broadcast, Carlos Soares, analista da Mirae Asset, explicou que a taxa de aluguel do papel da varejista segue expressiva, o que denota que há um overhang (pressão baixista) no ativo.
Outros papéis sensíveis aos juros também sofreram no pregão desta segunda, como as varejistas Petz (PETZ3), Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Soma (SOMA3). “A baixa dos papéis mais ligados à atividade doméstica reflete a postergação, no entendimento do mercado, do início da queda da taxa de juros dos Estados Unidos e, consequentemente, o efeito de abertura na curva dos Treasuries (títulos públicos americanos)”, explicou a analista da MyCap, Julia Monteiro, ao Broadcast.
Na ponta contrária, as ações do IRB (IRBR3) registraram a maior alta do Ibovespa nesta segunda. O movimento ocorreu após o BTG Pactual elevar a recomendação do papel do ressegurador de venda para neutro, com preço-alvo passando de R$ 40 para R$ 44. O banco considera que as margens da empresa estão agora em uma clara tendência de alta e os prêmios devem finalmente começar a crescer novamente. Além disso, a relação recompensa e risco da empresa melhorou.
Como é calculado o Índice Ibovespa?
O sistema de pontos Ibovespa busca representar o comportamento dos preços do conjunto de ações nos pregões administrados pela B3. Cada ponto equivale a 1 real. Assim, uma carteira com uma composição idêntica ao do índice custa aproximadamente R$ 120 mil, que é a quantidade de pontos do Ibovespa.
Apesar de a pontuação ser importante para compreender a valorização da Bolsa, a variação de pontos durante um período é uma referência mais relevante para entender e comparar o desempenho das ações e de fundos de renda variável. Dessa maneira, qualquer investimento do tipo deve ter uma rentabilidade maior do que essa taxa para ser considerado bom.
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A flutuação do índice reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do Ibovespa sobe, isso significa que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.