Investidor olha inflação no Brasil e nos EUA, à espera de Lula-Trump. (Foto: Adobe Stock)
Às vésperas da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a inflação nos Estados Unidos, a ser revelada pelo inflação ao consumidor (CPI) de setembro, fica no foco para as apostas de corte de juros por lá. No Brasil, o destaque do Ibovespa hoje é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de outubro.
Há ainda a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrem em Kuala Lumpur, na Malásia, no domingo (26), mas ainda não há confirmação oficial.
Também na agenda econômica hoje, saem dados do setor externo no Brasil e, no exterior, os índices de gerentes de compras (PMIs, em inglês) e o sentimento do consumidor americano da Universidade de Michigan.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, participam de evento em São Paulo.
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa nesta sexta-feira de missão do governo brasileiro em Jacarta, na Indonésia. À tarde, ele viaja para Kuala Lumpur, na Malásia, onde deve ficar até o dia 27, em missão do governo brasileiro.
Ibovespa hoje: veja os principais assuntos desta sexta-feira (24)
Bolsas globais sobem à espera de CPI americano
Os olhares estão hoje no CPI americano, que só será divulgado porque o Departamento do Trabalho fará uma exceção, em meio à paralisação do governo – que já dura 24 dias. Os futuros de Nova York têm leve alta.
Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast esperam alta de 0,4% em setembro, na margem, o mesmo aumento de agosto. O CME Group aponta chance quase unânime de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Fed na próxima semana.
Na Ásia, as bolsas subiram após a Casa Branca confirmar que Trump planeja se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping, na próxima quinta-feira. Na Europa, os sinais das bolsas são mistos, em meio à divulgação de balanços e dos índices de atividade (PMIs) da região.
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O euro chegou a subir após os PMIs da Alemanha, e a libra reduziu perdas com os PMIs do Reino Unido. Na zona do euro, o PMI composto surpreendeu com alta. As vendas no varejo do Reino Unido também tiveram avanço inesperado. Nesta manhã, o Banco Central da Rússia cortou os juros em 50 pontos-base, para 16,5%.
IPCA-15 desacelera em outubro após alta em setembro
As tarifas de energia elétrica impacta o IPCA-15. (Foto: Adobe Stock)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,18% em outubro, abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,24%, com intervalo entre avanços de 0,14% e 0,33%.
Conforme divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 registrou um aumento de 3,94% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,94%, resultado próximo da mediana das projeções de 5%, com intervalo entre aumentos de 4,90% e 5,10%
No grupo Habitação, que desacelerou de 3,31% para 0,16%, na passagem de setembro para outubro, a principal contribuição negativa veio da energia elétrica residencial, que passou de 12,17% para -1,09%, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, a partir de outubro, adicionando R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.
Commodities hoje: petróleo avança, enquanto minério recua
Os contratos futuros de petróleo avançam, depois de saltarem mais de 5% ontem em reação a sanções adicionais dos EUA e União Europeia à indústria petrolífera e de energia da Rússia. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para dezembro subia 0,83%, a US$ 61,78, enquanto o do Brent para janeiro avançava 0,76%, a US$ 65,25.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, registrou baixa de 0,58% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 771 yuans, o equivalente a US$ 108,23 a tonelada.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,09% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,25%.
O que esperar do Ibovespa hoje
O Índice Bovespa pode abrir com fôlego moderado, acompanhando o tom de Nova York, enquanto investidores aguardam a reunião entre Lula e Trump para tratar das tarifas de 40% aos produtos importados do Brasil. Lula admitiu que não espera um acordo imediato.
O presidente disse ainda que quer discutir sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como a Lei Magnitsky e a cassação de vistos, além de temas geopolíticos. Além de se reunir com Trump, Lula deve se encontrar com lideranças da China e do Vietnã e pode receber representantes do Camboja e do Timor-Leste.
Os juros futuros miram o IPCA-15 de outubro, e o mercado ajustará suas apostas para o início dos cortes da Selic. No câmbio, as atenções se voltam ao anúncio do Banco Central de uma operação simultânea de venda de dólar à vista com leilão de swap reverso (compra de dólar no mercado futuro).
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
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*Com informações de Fernanda Bompan, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast