Ibovespa renova máxima histórica de fechamento pela quarta vez na semana
O movimento aconteceu em sintonia com a valorização dos índices de ações em Nova York. Por lá, todos também fecharam em níveis recordes de encerramento
Os destaques do mercado financeiro e Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje bateu um novo recorde de fechamento e subiu 0,25% aos 145.865,11 pontos. Mais cedo, nesta sexta-feira (19), atingiu máxima histórica intradia, aos 146.398,76 pontos. Foi a quarta vez na semana em que o o índice da B3 superou patamares históricos.
O dia foi de agenda esvaziada aqui e no exterior, com o vencimento de opções sobre ações. No mercado de commodities, o minério de ferro subiu 0,81% na China, onde à noite haverá decisão sobre juros. Já o petróleo Brent fechou em baixa de 1,31%.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,03% a R$ 5,3209. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis divisas fortes, subiu 0,32% aos 97,657 pontos.
Na Bolsa, o tom austero do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (17) ainda reverbera. O mercado interpreta que o Copom não deve cortar a Selic em 2025, após manter a taxa em 15% ao ano na quarta-feira (17).
No mesmo dia, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, conforme o esperado, indicando mais duas reduções neste ano. A queda pode estimular capital externo dos EUA para o Brasil, mas os riscos locais impõem cautela.
“Podemos ver nova apreciação do Ibovespa por conta do capital externo, mas não devido ao investidor doméstico”, avalia Tales Barros, líder de renda variável da W1 Capital. Segundo ele, o investidor do Brasil foca mais na possibilidade de Selic elevada por um período prolongado. “O espaço para corte da Selic está apertado, mas sempre há imprevisto. Porém, a brecha é baixa”, completa Barros.
Ibovespa hoje: os assuntos que mexeram com os mercados nesta sexta-feira (19)
Bolsas globais têm sinais mistos após semana de decisões de juros
Investidores ainda digerem as decisões de juros desta semana, que hoje inclui a do banco central na China, onde há expectativa pela decisão da taxa básica de juros para empréstimos (LPRs) de 1 e 5 anos. Contudo, há sinais de que o Banco Popular da China, o banco central chinês, não tem pressa para cortes após ontem manter a taxa de recompra reversa de 7 dias em 1,4%.
O mercado ainda monitorou uma conversa telefônica entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, sobre questões comerciais e o TikTok. A empresa recebeu luz verde da China para criar uma nova entidade nos Estados Unidos sob propriedade diferente, como parte de um acordo destinado a contornar a proibição do aplicativo de vídeo em território americano, conforme matéria do Estadão.
No Japão, o banco central do país, o BoJ, deixou suas taxas inalteradas, mas surpreendeu com planos de reduzir seu estoque de ETF (fundo de investimento negociado em bolsa de valores como se fosse uma ação).
Agenda econômica do dia
Depois das decisões de juros nos últimos dias em vários países – Estados Unidos, Brasil, Inglaterra e Japão –, o mercadoacompanha à noite a divulgação das taxas de referência da China, em dia de agenda esvaziada de indicadores no mundo.
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No Brasil, investidores monitoraram ainda o noticiário político sobre a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) da Blindagem e o projeto da Anistia, além de renovadas preocupações fiscais sobre a dívida pública
Na capital federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a alta representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, e a embaixadora da União Europeia (UE) no Brasil, Marian Schuegraf.
Ainda na agenda econômica hoje, a presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, afirmou nesta sexta-feira que o BC americano cortou os juros em 25 pontos-base em setembro para apoiar o mercado de trabalho, o qual se “enfraqueceu bastante” ao longo do último ano. Daly não tem direito a voto nas reuniões do Fed deste ano.
Em fórum institucional sobre inteligência artificial (IA), a dirigente comentou que parte da desaceleração na criação de empregos tem relação com perspectivas econômicas nos EUA. “É difícil saber até que ponto a desaceleração do emprego se deve à IA”, acrescentou.
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Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Luciana Xavier, do Broadcast