O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,14%, aos 123.603 pontos nesta quinta-feira (30). A abertura de negócios ocorre de olho em indicadores econômicos após os desfechos das reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos – veja aqui a agenda completa do dia.
Os mercados internacionais amanheceram no azul, com as principais bolsas europeias em alta, assim como os futuros de Nova York atentos à decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e balanços das big techs americanas – saiba mais nesta matéria.
Os sinais positivos lá fora são um bom prenúncio ao principal índice da B3 hoje, para compensar a fraqueza do petróleo e a falta da referência do minério de ferro com o feriado do Ano Novo Lunar na China.
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Como a alta de 13,25% ao ano já era esperada, o foco de economistas e especialistas ficou no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) que, segundo esses profissionais, no geral, indicou um tom mais leve, deixando a porta aberta para a reunião de maio. Isso porque, no Copom de dezembro, o Banco Central (BC) já havia indicado dois aumentos de um ponto porcentual: janeiro e março. O juro básico irá a 14,25% no terceiro mês deste ano.
O dólar se mostra fraco ante maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities. Em relação ao real, a moeda americana abriu em leve queda de 0,04%, a R$ 5,8639. Entretanto, logo após a abertura, o dólar avançou para 1,28%, a R$ 5,9414 – veja os detalhes nesta matéria.
Na véspera, o dólar fechou em queda pela oitava sessão seguida na quarta-feira (29), a R$ 5,8662, acumulando quase 5% de desvalorização em janeiro.
Contudo, Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, pondera que é preciso cautela dado que a moeda americana segue se apreciando em relação ao Real, o que faz com que o investidor estrangeiro olhe com certa parcimônia para o Brasil.
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Quanto aos juros futuros, eles cedem na ponta curta, mas os demais vencimentos rondam a estabilidade, ajustando-se ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). As taxas curtas podem subir, enquanto o dólar mais fraco ante maioria das moedas emergentes e recuo dos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) podem ser fator para alívio ao longo da curva.
O que movimenta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As principais bolsas europeias sobem nesta manhã, à espera de mais corte de juros pelo BCE, de 25 pontos-base, diante da percepção de inflação sob controle, mas crescimento econômico ainda fraco.
O euro cai em relação ao dólar após números mais fracos que o esperado de PIB da região no quarto trimestre ante o trimestre anterior. O PIB da zona do euro ficou estável (previsão +0,1%); o da Alemanha caiu 0,2% (previsão -0,1%); o da Itália também ficou estável (previsão +0,1%); o da França recuou -0,1% (estimativa de 0%).
Entre os balanços, Deutsche Bank (DBAG34) e Shell (SHEL) lucraram menos que o esperado. Em Nova York, os futuros das bolsas estão no azul, impulsionados por ações das big techs IBM (IBMB34), Meta (M1TA34) e Tesla (TSLA34) após divulgarem balanços. As ações da American Airlines (AALL34), no entanto, caíam ao redor de 3% após um avião com 64 pessoas a bordo se chocar com um helicóptero em Washington.
Os rendimentos dos Treasuries recuam, depois de avançarem na véspera na esteira do anúncio de juros dos Estados Unidos.
Juros do Copom e Fed
Os mercados repercutem a decisão do Copom de elevar a Selic em 100 pontos-base, para 13,25%, como esperado e sinalizado pelo Banco Central (BC), em decisão unânime, mas sem estender o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) até maio.
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Foi a primeira reunião com o BC sob comando de Gabriel Galípolo e com os novos diretores – veja aqui como o mercado reagiu.
Para Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, a manutenção do roteiro do BC reforça a credibilidade do BC na atual gestão, que tem vários dirigentes indicados pelo governo, inclusive o presidente da autarquia, Gabriel Gablípolo. “Sugere que o presidente do BC será independente”, avalia.
“O discurso considerado dovish (ameno, com redução da taxa de juros para aquecer a economia) é bom no curto prazo”, pontua o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, completando que isso tende a atrair ingresso de capital do exterior para a B3.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) decidiu manter inalterada a taxa dos Fed funds (semelhante à Selic no Brasil) na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão foi unânime e veio em linha com a expectativa do mercado.
Diferentemente da última reunião, contudo, o comunicado não mencionou que a inflação fez progresso rumo à meta, nem citou arrefecimento do mercado de trabalho.
Commodities
O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, na China, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.
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O petróleo, por sua vez, opera em leve alta nesta quinta-feira. Os barris de WTI e Brent sobem em torno de 0,10%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,22% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,14% no mesmo horário.
- Confira aqui a agenda econômica completa das empresas
Indicadores econômicos
O mercado formal de trabalho do Brasil teve fechamento líquido de 535.547 empregos em dezembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo foi mais negativo do que o piso da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava encerramento de 487.116 vagas formais.
A mediana da pesquisa apontava para fechamento de 405.524 postos, e o teto, para um saldo negativo de 339.228. Este é o saldo mais negativo em um mês de dezembro desde 2020, quando começou a série do Novo Caged. No mesmo mês de 2023, foram fechadas 451.240 vagas, na série com ajustes. O saldo do mês passado resultou de 1.524.251 admissões e 2.059.798 demissões.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,27% em janeiro, após alta de 0,94% em dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador inicia 2025 com alta de 6,75%.
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast