Após abrir em estabilidade, o Ibovespa hoje se firmou no terreno positivo. Às 12h50, o índice avança 0,79%, aos 126.392 pontos nesta terça-feira (25). O mercado acompanha a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro, também chamada de prévia da inflação – entenda aqui como a inflação impacta seus investimentos.
A desvalorização das commodities e dos índices futuros de ações norte-americanos pode limitar uma alta do principal índice da B3 hoje. No exterior, apesar da agenda esvaziada desta terça, novas ofensivas do governo de Donald Trump em relação a tarifas chinesas e o tom ameaçador do presidente ao Canadá e ao México geram cautela.
Além disso, o anúncio feito na segunda-feira (24) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e medidas em preparação pelo governo ficam no radar, no momento de queda na popularidade da atual administração – saiba mais nesta reportagem.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O IPCA-15 de fevereiro acelerou a 1,23% e ficou abaixo da mediana de 1,37% das projeções. O resultado menor do que o esperado pode gerar algum alívio no Índice Bovespa, que fechou em queda de 1,36%, aos 125.401,38 pontos na véspera, diante da sensação de piora fiscal, a depender da leitura feita pelos investidores do anúncio do governo segunda-feira à noite.
O dólar hoje ronda a estabilidade ante euro e libra e iene, em dia que será marcado principalmente por discursos de autoridades de grandes bancos centrais. No mercado de câmbio local, o dólar abriu em alta de 0,23%, a R$ 5,7690. Às 12h50, a moeda mostra recuo de 0,12%, a R$ 5,7680.
Os juros futuros curtos rondam a estabilidade, após a prévia da inflação de fevereiro vir mais fraca, mas com dólar em alta, enquanto os médios e longos têm leve avanço.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta terça-feira
Ações em destaque no Ibovespa hoje
Petrobras (PETR3; PETR4) sobe apesar do petróleo
As ações da Petrobras sobem 0,10% (ON) e 0,29% (PN), apesar do petróleo. O petróleo acelerou queda e recua quase 2%, após dado de confiança dos EUA mostrar queda inesperada em fevereiro. Às 12h04 (de Brasília), o petróleo WTI para abril caía 1,73%, a US$ 69,49 o barril, e o Brent para maio cedia 1,72%, a US$ 73,03 o barril, ambos nos menores níveis desde dezembro de 2024.
Na visão do sócio e analista da Ajax Assets, Rafael Passos, a empresa tem boas perspectivas para dividendos ao longo do ano, por conta de uma maior produção em 2025 e a uma maior flexibilidade na estrutura de capital.
Auren (AURE3) lidera perdas da Bolsa após balanço
As ações da Auren Energia recuam 3,92%, liderando as quedas do Ibovespa. A empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 32,6 milhões em 2024. O Citi ponderou que, embora a empresa tenha apresentado ganhos de sinergia maiores do que o esperado, isso não foi suficiente para compensar os resultados ruins relacionados à menor geração eólica e cortes.
MRV (MRVE3) avança apesar de prejuízo
As ações da MRV avançam 0,75% nesta manhã, após ter divulgado ontem seu balanço do terceiro trimestre. A empresa reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 249,8 milhões no quarto trimestre de 2024. A perda foi 138% maior ante o mesmo intervalo de 2023, quando houve prejuízo de R$ 104,9 milhões. Com ajuste, o prejuízo foi de R$ 153,7 milhões. Para o Citi, os números mostraram que a companhia precisa apostar na simplificação do negócio para voltar a ter lucro líquido.
Embraer (EMBR3) salta após anúncio
As ações da Embraer sobem 2,32%, terceira maior alta do Ibovespa. A empresa anunciou que a ANA Holdings, do Japão, encomendou 15 jatos E190- E2, com opções para mais cinco aeronaves. Os valores da venda não foram informados.
Magazine Luiza (MGLU3) lidera altas da Bolsa
As ações da Magazine Luiza puxam altas da Bolsa nesta terça-feira. Às 12h55, os papéis sobem 6,26%.
Renner (LREN3) avança após rebaixamento
As ações da Lojas Renner operavam em queda de manhã, mas inverteram o sinal e avançam 0,36% às 13 horas. Sobre a empresa, destaque para o rebaixamento para market perform (equivalente a neutro) pelo Itaú BBA.
Ibovespa hoje: os principais destaques desta terça-feira
Bolsas internacionais refletem cautela com juros americanos
Os ativos operam sem direção em meio à falta de catalisadores, diante da fraca agenda. Os investidores aguardam a divulgação do dado de confiança americano e falas de dirigentes do Fed, em meio a sinais de cautela da autoridade monetária quanto ao ciclo de juros no país. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse na segunda-feira (24) que o banco central dos EUA está atualmente em um modo de “esperar para ver” e precisa de mais clareza sobre o impacto econômico total das novas políticas da gestão de Donald Trump.
Publicidade
Na Ásia as bolsas fecharam em baixa nesta terça-feira à medida que a ofensiva tarifária do governo Trump voltou a pesar no sentimento de investidores. O presidente norte-americano planeja dificultar ainda mais o acesso da China a semicondutores dos EUA e pressiona aliados a também intensificar restrições à indústria de chips chinesa, informa a Bloomberg. Em outra ocasião, Trump disse que tarifas a importações dos vizinhos Canadá e México “seguirão adiante” quando um adiamento de um mês vencer na próxima semana.
Os índices futuros das bolsas de Nova York têm leve queda. As bolsas europeias operam majoritariamente em alta na manhã desta terça-feira, à medida que o forte desempenho de ações de defesa se sobrepõe ao mau humor do setor de tecnologia.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) operam em baixa, acumulando perdas pela quinta sessão consecutiva. O dólar hoje ronda a estabilidade ante euro e libra e iene, em dia que será marcado principalmente por discursos de autoridades de grandes bancos centrais.
IPCA-15 acelera em fevereiro
O IPCA-15 registrou alta de 1,23% em fevereiro, após ter subido 0,11% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 1,37%. O intervalo de estimativas ia de 0,56% a 1,53%.
Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumulou um aumento de 1,34% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,96%. As projeções para o indicador em 12 meses iam de avanço de 4,28% a 5,91%, com mediana positiva de 5,11%.
Tentativa de Lula para recuperar popularidade
A indefinição externa pode gerar volatilidade nos ativos domésticos e as medidas populistas do governo em meio à queda da popularidade de Lula tendem a continuar gerando desconforto. Na noite de ontem, o presidente fez um balanço em cadeia de rádio e TV dos programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular, e que vai editar uma medida provisória (MP) para liberar o saldo do FGTS para trabalhadores que ficaram com o dinheiro retido por terem aderido ao saque-aniversário do fundo.
Publicidade
A ação do governo tende a elevar a preocupação dos agentes em relação ao quadro fiscal brasileiro, no momento em que o Banco Central (BC) tenta, por meio do aumento dos juros, desaquecer a atividade e reduzir as expectativas de inflação.
*Com informações de Vinícius Novais, Gabriel Vasconcelos, Maria Regina Silva e Luciana Xavier, do Broadcast
