Ibovespa tem se aproximado de seu recorde histórico. Foto: Divulgação/B3
O Ibovespa hoje atingiu máxima a 137.634,57 pontos, o maior nível da sua história, chegando a subir mais de 3% no dia. Antes, o recorde intradia do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado. Às 15h24 desta quinta-feira (8), o IBOV sobe 2,75% aos 137.037,66 pontos. Enquanto isso, o dólar recua no mercado doméstico de câmbio. O movimento acontece após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (7).
O Copom elevou a Selic em 0,5 ponto percentual para o patamar de 14,75% ao ano, em linha com o consenso do mercado. Em seu comunicado, o Banco Central destacou que o ambiente externo mostra-se adverso e incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente no que se refere à sua política comercial, diante do tarifaço de Donald Trump.
No texto, o Comitê deixou as “portas abertas” para a próxima decisão, sem colocar nenhum guidance (projeção). Na visão de analistas ouvidos nesta matéria, o comunicado adotou um tom mais ameno do que os anteriores e sinalizou uma pré-disposição maior do Banco Central para encerrar o ciclo de aperto monetário.
No dia, o IBOV também sente a influência da temporada de balanços. Entre os maiores ganhos do índice da B3, estão os papéis do Bradesco (BBDC3;BBDC4), que divulgou seus resultados na noite anterior. A empresa registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,864 bilhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 39,3% maior que o do mesmo intervalo do ano anterior, e 8,6% superior ao do quarto trimestre de 2024. Analistas comentam os detalhes do balanço nesta matéria.
Enquanto os papéis BBDC3 disparam 14,98%, os BBDC4 saltam 17,10%. “O resultado do banco foi muito forte, com aumento de Retorno sobre o Patrimônio (ROE), de lucratividade e de carteira de crédito. Como os ativos têm uma participação relevante no índice acionário brasileiro, isso fez o Ibovespa subir mais forte”, explica Marco Noernberg, head de renda variável da Manchester Investimentos.
Outro destaque positivo do Ibovespa hoje é a Azzas 2154 (AZZA3), que dispara 21,37%. A empresa encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 117,8 milhões, avanço de 46,9% em relação ao mesmo período de 2024. Na visão recorrente, que desconsidera efeitos extraordinários, o lucro foi de R$ 117,7 milhões, crescimento de 15,6% sobre o dado pro forma do ano anterior.
Do lado contrário do índice da B3, as ações da Minerva (BEEF3) sofrem a maior queda do Ibovespa hoje. Os papéis tombam 5,19%. Na véspera, os ativos da empresa subiram 2,57%, entre as maiores altas do dia.
Publicidade
Em Nova York, Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 avançam 1,39%, 1,77% e 1,36%, respectivamente. Os índices ampliaram ganhos em meio a uma entrevista coletiva com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano afirmou que chegou a um “tremendo” acordo com o Reino Unido e que levará o comércio com os britânicos a novos patamares. De acordo com Trump, o acordo, que será concluído nos próximos dias, prevê o aumento ao acesso para carne bovina americana e etanol, bem como ao mercado para exportações americanas.
Trump também disse que a reunião entre representantes americanos e chineses na Suíça, prevista para acontecer neste fim de semana, será “interessante” e que a potência asiática “quer muito” fazer negócio.
Enquanto o dia é positivo para o Ibovespa hoje, o dólar recua 1,20% a R$ 5,677. Contra outras moedas globais, no entanto, a divisa sobe. O índice DXY, que compara o desempenho do dólar contra seis pares fortes, avança 1,05% aos 100,664 pontos.