

O Ibovespa hoje fechou em queda após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas tarifas comerciais nesta segunda-feira (7). O índice cedeu 1,26%, aos 139.489,70 pontos.
Publicidade
O Ibovespa hoje fechou em queda após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas tarifas comerciais nesta segunda-feira (7). O índice cedeu 1,26%, aos 139.489,70 pontos.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre “quaisquer produtos” do Japão e da Coreia do Sul enviados ao país, a partir de 1º de agosto. O republicano destacou ainda que essas sobretaxas de 25% serão “separadas de todas as tarifas setoriais” e alertou que a alíquota pode subir caso Japão ou Coreia decidam retaliar. “Se, por qualquer motivo, vocês decidirem aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o valor desse aumento, ele será somado aos 25% que cobramos”, e sugeriu que a taxa pode ser revista, “para cima ou para baixo, dependendo da relação com os países”. A medida, segundo ele, busca corrigir “décadas de déficits comerciais insustentáveis” provocados por políticas tarifárias e não tarifárias dos dois países asiáticos.
O presidente disse que empresas japonesas e coreanas não pagarão tarifas se decidirem produzir nos EUA. “Faremos tudo para aprovar rapidamente seus projetos, em outras palavras, em questão de semanas”, prometeu. Ao final das mensagens, Trump justificou a medida dizendo que o déficit comercial representa “uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional”.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Trump também anunciou novas tarifas de importação sobre produtos de mais cinco países: Laos, Mianmar, Malásia, Casaquistão e África do Sul. As medidas entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. Segundo os comunicados oficiais, produtos do Laos e de Mianmar serão taxados em 40%, enquanto as importações de Malásia e Casaquistão enfrentarão tarifas de 25%. Para a África do Sul, o porcentual será de 30%.
O índice de volatilidade VIX, espécie de “termômetro do medo” em Wall Street, ganhou força e subiu 1,77%, após o anúncio do presidente, atingindo os 17,79 pontos. Mais cedo, chegou a saltar 4%.
A desvalorização das bolsas americanas também pesou, enquanto investidores monitoraram a ameaça tarifária dos EUA aos Brics (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “É cautela total com tarifas”, afirma o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
A desvalorização devolveu parte dos lucros recentes do principal índice da B3. Na sexta-feira (4), o índice encerrou aos 141.263,56 pontos, com alta de 0,24%, em nova máxima histórica. Na última semana, acumulou valorização de 3,21%.
Publicidade
“Olhando mais para o longo prazo e não recuando, podemos falar num horizonte na faixa de 150 mil pontos para o Ibovespa”, afirma Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Na volta dos mercados em Wall Street, depois do feriado da Independência na sexta-feira, investidores focaram nos anúncios de acordos tarifários dos Estados Unidos, às vésperas do fim da pausa de tarifas estipulada pelo presidente Donald Trump.
“O mercado quer ver o que Trump vai falar sobre as negociações que não estão andando como com Japão e a União Europeia”, diz Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, lembrando ainda da tarifa adicional de 10% prometida pelo republicano ao Brics. “Acho que essa ideia de implementar mais 10% vai continuar”, estima.
A saída encontrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o impasse do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ao marcar uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo para o próximo dia 15, também esteve no radar e foi bem recebida pelo mercado de ações.
No câmbio doméstico, o dólar hoje fechou em alta de 0,98% a R$ 5,4778. O índice DXY, por sua vez, fechou em alta de 0,3% aos 97,48 pontos.
Os mercados abriram a segunda-feira (7) focados nos anúncios de acordos tarifários dos EUA e na divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ocorre nesta semana e deve detalhar a visão sobre a atividade, inflação e emprego americanos em meio às incertezas comerciais.
Publicidade
Na agenda econômica hoje, a reunião de Cúpula dos países do Brics (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) prosseguiu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, também sendo acompanhados o resultado do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de junho e o resultado do boletim Focus. Confira aqui o calendário econômico da semana.
As vendas no varejo restrito e ampliado em maio saem na terça-feira (8); o IPCA de junho, na quinta-feira (10); e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), na sexta-feira (11). A B3 funcionará normalmente na quarta-feira, apesar do feriado de 9 de julho em São Paulo – veja o que funciona neste dia.
Nesta semana, os destaques internacionais incluem a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e o fim da pausa nas tarifas recíprocas do governo do presidente americano, Donald Trump, na quarta-feira. Nos EUA, saem dados de crédito ao consumidor na terça e estoques no atacado na quarta.
Dirigentes do Fed, Banco da Inglaterra (BoE) e Banco Central Europeu (BCE) discursam ao longo da semana. Decisões de juros serão divulgadas na terça pelo banco central da Austrália e na quarta pelo da Coreia do Sul. Na China, saem os dados de inflação de junho na terça, e da balança comercial no sábado (12).
A volta do feriado nos EUA teve agenda esvaziada, e os investidores adotaram cautela diante das incertezas comerciais. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que Trump irá notificar os parceiros comerciais sem acordo estabelecido até 1º de agosto sobre o retorno às tarifas implementadas em 2 de abril.
Publicidade
Além disso, o presidente dos Estados Unidos ameaçou os países ligados ao Brics com uma tarifa adicional de importação de 10%. “Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics será submetido a uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política”, escreveu o republicano na rede Truth Social na noite do domingo (6).
A ameaça de Trump ocorreu durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, que termina nesta segunda-feira. No encontro, os países integrantes do bloco sinalizaram “sérias preocupações” com as medidas protecionistas e unilaterais de comércio, em referência à guerra tarifária deflagrada pelo presidente americano, sem citá-lo nominalmente.
Os índices de Nova York fecharam em queda, enquanto as ações da Tesla (TSLA34) recuaram 6,79% após Elon Musk anunciar a criação de um novo partido político, que Trump chamou de “ridículo”.
As bolsas da Europa fecharam sem sinal único, com atenção à postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto se aproxima o prazo da suspensão tarifária estabelecida pelo país, no dia 9 de julho. Além disso, esteve no radar a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar a produção acima do que era amplamente esperado, o que tende a pressionar os preços dos hidrocarbonetos.
Publicidade
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,44%, a 543,50 pontos. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,19%, a 8.806,53 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 1,20%, a 24.073,67 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,35%, a 7.723,47 pontos.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, apesar da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no final de semana de elevar a produção acima do esperado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,39% (US$ 0,93), a US$ 67,93 o barril. Já o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,87% (US$ 1,28), a US$ 69,58 o barril.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,68%, cotado a 731 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 102,01.
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (7), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
A mediana das projeções do relatório do BC para a inflação brasileira em 2025 caiu de 5,20% a 5,18%, acima do teto da meta (4,50%). Para os juros brasileiros, o boletim Focus espera que a Selic continue em 15% ao final de 2025, mesmo patamar da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Veja o que esperar para os próximos anos nesta matéria.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
Publicidade
* Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador