Tarifas americanas ceifam ânimo do mercado financeiro. Veja impacto no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje opera em baixa nesta primeira hora de negociação, determinada principalmente pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que recuam em torno de 2%. Por volta das 10h50 (de Brasília), o índice recuava 0,34%, aos 136.058 pontos. As atenções do mercado estão em desdobramentos da política tarifária americana, enquanto investidores digerem os resultados financeiros da estatal.
Embora o lucro da companhia tenha ficado em linha com as estimativas, alguns aspectos do balanço trimestral divulgado ontem ficaram aquém do esperado, como os dividendos anunciados – leia mais nesta reportagem.
Vindo de quatro altas consecutivas, o Ibovespa contabiliza ganho de 3,09% no acumulado da semana e ainda segue no patamar dos 136 mil pontos, considerado importante para a manutenção do canal de alta. A sexta-feira é de noticiário escasso, o que leva analistas a esperarem um dia de oscilações moderadas.
O cenário ainda mostra fatores que podem apoiar mais um dia positivo na B3, como o enfraquecimento do dólar no exterior, a alta dos preços do petróleo (0,30%), a expectativa de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e os balanços corporativos.
No exterior, a manhã é de oscilações contidas, com boa parte das atenções voltadas à política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Na quinta (7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que escolheu o atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos, Stephen Miran, para ocupar temporariamente o cargo de diretor no Conselho do Federal Reserve, na vaga deixada por Adriana Kugler.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta sexta-feira (8)
Dólar cai ante moedas fortes e sobe ante o real
O dólar hoje opera em baixa ante euro e libra nesta sexta-feira, mas ganha terreno ante o iene, um dia após o presidente Donald Trump indicar Stephen Miran para um mandato-tampão no Federal Reserve.
No câmbio local, o dólar pode operar pressionado no mercado à vista pela desvalorização no exterior ante moedas principais e algumas emergentes, como peso mexicano, peso chileno e rand sul africano, em meio à alta do petróleo. Nesta manhã, a moeda americana tem leve alta de 0,10%, a R$ 5,4247.
Agenda econômica do dia
A agenda econômica desta sexta-feira (8) acompanha os desdobramentos da política tarifária americana, com o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando impor sanções à Rússia sob o contexto da guerra na Ucrânia. O Ibovespa hoje ainda repercute uma nova alta histórica do ouro, enquanto a Petrobras (PETR3; PETR4) realiza teleconferência sobre o balanço do segundo trimestre.
Ainda na agenda econômica hoje, o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Abry Guillen, no qual estarão também o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, e as ministras Simone Tebet (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (SRI).
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem compromisso em Rio Branco e Porto Velho, onde deve anunciar investimentos para o Acre e Rondônia. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, almoça no Grupo Globo e vai à posse de Míriam Leitão, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio.
Entre os poucos indicadores desta sexta-feira, a Pesquisa Industrial Mensal Regional de junho está prevista para esta manhã.
Nos EUA, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, comparece a evento sobre crédito bancário. A China informa os dados de inflação.
Bolsas globais acompanham novas sanções de Trump e mudanças no Fed
Trump entra em conflito com Jerome Powell, do BC americano. (Foto: Adobe Stock)
O mercado internacional fica atento à possível reunião entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, para discutir um cessar-fogo na Ucrânia. Trump ameaçou ampliar sanções à Rússia se não houver avanços.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que tarifas contra a China estão em avaliação por causa da compra de petróleo russo. Já os Brics (sigla que representa o bloco de países formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foram minimizados por Bessent como “performativos”.
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Além disso, o presidente Donald Trump indicou Stephen Miran para um mandato-tampão no Federal Reserve até o fim de janeiro de 2026. Miran é favorável a cortes de juros pelo Fed.
Bolsas europeias têm sinais mistos, e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje operam sem direção única, na esteira da indicação de Stephen Miran — defensor de cortes de juros — para a diretoria do Fed. Já os futuros de Nova York avançam nesta manhã.
Em Tóquio, o iene recua ante a moeda americana, e a bolsa subiu 1,85% após relatos de que a Casa Branca concordou em ajustar as tarifas comerciais que haviam superado o acordado.
Os contratos futuros do ouro renovaram máxima intraday histórica, após relatos de que os EUA impuseram tarifas a importações de barras de ouro de um quilo, em um novo golpe à Suíça, o maior centro de refino do mundo.
Petrobras reverte prejuízo com lucro de R$ 26 bilhões
Petrobras divulgou seus números do segundo trimestre no último fechamento. (Foto: Adobe Stock)
A Petrobras divulgou na quinta-feira (7) os números do balanço do segundo trimestre de 2025. A estatal fechou o período com lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo trimestre do ano passado.
Commodities hoje: petróleo avança, enquanto minério recua
Os contratos futuros do petróleoinverteram sinal e passaram a subir em meio a preocupações sobre o impacto econômico da política tarifária dos EUA. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para setembro subia 0,20%, a US$ 66,81, enquanto o do Brent para outubro subia 0,28%, a US$ 63,37.
Entre as commodities hoje, ominério de ferrono mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,19%, cotado a 790 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110.
Incertezas sobre tarifas: o que mais esperar do Ibovespa hoje?
Os mercados locais devem ter ajustes mais contidos após sinais de que o governo não deve retaliar os EUA. Após se reunir com o encarregado de Negócios dos EUA, Gabriel Escobar, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu o diálogo com o governo americano e citou temas como data centers, big techs e minerais estratégicos.
“Você pode construir aí uma pauta de conversa, entendimento para superar esse problema. Nós não criamos, mas vamos trabalhar para resolver”, afirmou, sinalizando que o plano de contingência do governo deverá sair até a próxima terça-feira (12).
O real pode se beneficiar das apostas de corte de juros nos EUA, com o diretor do Fed, Christopher Waller — defensor da flexibilização — ganhando força como possível presidente do BC americano. Na Bolsa, balanços e teleconferências de empresas como Petrobras e B3 (B3SA3) devem influenciar o pregão.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Paula Dias, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast