Taxa de desemprego fica no foco do Ibovespa hoje após Caged melhor. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje retomou otimismo do último pregão, renovando recorde na abertura dos negócios desta sexta-feira (31) aos 149.447 pontos. Às 12h50 (de Brasília), o índice avança 0,30%, aos 149.219 pontos. As atenções do mercado estão no resultado primário do setor público consolidado e na taxa de desemprego do trimestre até setembro. Também está prevista a teleconferência sobre o balanço da Vale (VALE3).
No último pregão de outubro, o Ibovespa pode fechar o mês com valorização. Até o momento, acumula alta de 2,04% no período, após ganhos de 3,40% em setembro.
A alta nos índices de ações em Nova York e o balanço sólido da Vale no terceiro trimestre ajudam a impulsionar o principal índice da B3 hoje. A mineradora avança 2,16% no horário acima.
Enquanto isso, a desvalorização do minério de ferro (0,56%) na China pode provocar algum ajuste, após sucessivos recordes no intradia e em fechamento. O petróleo, por sua vez, sobe 0,80% no barril do tipo WTI.
Ao mesmo tempo, o fortalecimento do mercado de trabalho retratado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta manhã pode trazer leituras distintas. De um lado, o aquecimento dá margem para continuidade do aumento do consumo. De outro, pode afastar as poucas apostas de queda da Selic em 2025.
A taxa de desocupação atingiu 5,6% no trimestre terminado em setembro, repetindo o nível do trimestre concluído em agosto. Assim, mantém-se no menor resultado de toda a série histórica da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de 5,6% ficou ligeiramente acima da mediana encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast, de 5,5%, cujo intervalo era de 5,4% a 5,8%.
Segundo o economista André Perfeito, “a Pnad foi uma ótima notícia e temos que comemorar”, mas ele faz ponderações. De acordo com o economista, a persistente elevação do rendimento médio real sugere que a inflação de serviços — mais intensiva em mão de obra — deve permanecer sob pressão, uma vez que o custo está em alta.
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Em paralelo, o dólar hoje avança ante outras moedas de economias desenvolvidas. No câmbio local, a moeda americana opera praticamente estável (+0,07%), a R$ 5,38 na venda.
Ibovespa hoje: os principais assuntos do mercado de ações nesta sexta (31)
Bolsas globais mostram pouco ânimo atentas a balanços e Fed
Wall Street abriu em alta nesta sexta-feira, impulsionada pelos balanços positivos de Amazon e Apple e pelo anúncio de desdobramento de ações da Netflix. No começo da tarde, Amazon saltava 11,9%, enquanto Apple recuava 0,14% e Netflix avançava 3,57%, enquanto os índices de Nova York mostram alta.
Investidores acompanham falas de dirigentes do Fed, após o presidente Jerome Powell sinalizar possível pausa no ciclo de cortes de juros em dezembro.
Na Europa, as bolsas recuam na esteira das vendas no varejo alemão abaixo do esperado e, na Ásia, prevaleceram perdas após o PMI industrial chinês cair para a zona de contração — embora Japão e Coreia do Sul tenham renovado recordes, ecoando os acordos firmados com os EUA.
O presidente da China, Xi Jinping, defendeu o livre comércio e o multilateralismo na abertura da cúpula da Apec, pedindo estabilidade nas cadeias de suprimentos.
Taxa de desemprego deve recuar no tri até setembro
As projeções da taxa de desemprego variam de 5,4% a 5,8%. (Foto: Adobe Stock)
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O resultado veio dentro do intervalo esperado pela a maioria das casas (14 de 25) consultadas pelo Projeções Broadcast. As projeções variavam de 5,4% a 5,8%, com mediana de 5,5%.
Em igual período de 2024, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 6,4%. No trimestre móvel até agosto, o índice também havia sido de 5,6%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.507,00 no trimestre encerrado em setembro, o que representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período de 2024.
Já a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 354,6 bilhões no trimestre, com crescimento de 5,5% ante igual período do ano passado.
Setor público tem déficit primário de R$ 79 bi em 2025 até setembro
O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 17,452 bilhões em setembro, após um saldo negativo de R$ 17,255 bilhões em agosto, informou o Banco Central (BC).
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O rombo foi levemente maior do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, negativa em R$ 17,30 bilhões. Todas as estimativas do mercado apontavam para um rombo, de R$ 19,660 bilhões a R$ 15,50 bilhões.
No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o setor público consolidado tem déficit primário de R$ 79,244 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2025, informou o Banco Central. O montante equivale a 0,84% do Produto Interno Bruto (PIB).
Vale (VALE3) lucra US$ 2,7 bilhões no 3º tri
Vale (VALE3) reportou lucro de US$ 2,685 bilhões no 3T25, alta de 11% sobre 2024. (Foto: Fabio Motta/Estadão)
A Vale (VALE3) apresentou lucro líquido proforma de US$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre deste ano, avanço de 78% ante igual período de 2024. Na comparação trimestral, a empresa avançou 30% nesse indicador. Confira o balanço na íntegra.
O lucro líquido atribuível ficou em US$ 2,685 bilhões, com avanço de 11% na comparação anual e avanço 27% ante o trimestre anterior. A receita líquida, por sua vez, foi de US$ 10,420 bilhões, com alta anual de 9% e de 18% na comparação trimestral.
O que mais repercute no mercado de ações brasileiro
A queda do minério de ferro na China e do petróleo deve limitar o desempenho do Índice Bovespa hoje, apesar do tom ameno em Wall Street. Após sete altas seguidas e o quarto recorde consecutivo — aos 148.780 pontos —, o índice pode passar por realização de lucros.
No câmbio, o real tende a ser pressionado pelo viés positivo do dólar frente a moedas emergentes ligadas a commodities e pela disputa da Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro).
Os juros futuros devem refletir o movimento dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense), o quadro fiscal e os dados da Pnad Contínua, após o Caged acima do esperado desautorizar apostas em corte da Selic ainda este ano. O mercado projeta déficit primário de R$ 17,3 bilhões em setembro e de R$ 65 bilhões em 2025, além de taxa de desemprego recuando para 5,5% no trimestre até setembro.
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O presidente Lula reuniu-se com a comitiva Mining 2030 para discutir terras raras e minerais críticos, em meio às negociações com os Estados Unidos.
Agenda econômica do dia
O Ibovespa hoje concentra foco em dados econômicos no Brasil, com a divulgação do resultado primário do setor público consolidado e da taxa de desemprego do trimestre até setembro. Também está previsto a teleconferência sobre o balanço da Vale (VALE3).
Nos Estados Unidos, o destaque fica para as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o índice de gerentes de compras (PMI) e os resultados de Chevron e Exxon Mobil. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan discursa na abertura de conferência, que terá também as participações dos dirigentes Beth Hammack, de Cleveland, e Raphael Bostic, de Atlanta.
Ainda na agenda econômica hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja no sábado (1º) a Belém e deve ficar na capital paraense até o dia 7 para o início de reuniões sobre a COP 30. Em paralelo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define a bandeira tarifária de novembro à tarde.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Cícero Cotrim, Marianna Gualter, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast