

O Ibovespa terminou o último pregão em alta de 2,70%, aos 128.218,59 pontos – o patamar mais elevado desde o dia 11 de dezembro. Segundo a análise gráfica do Itaú BBA, esse é só o começo do movimento de valorização que pode levar o índice a superar a sua máxima histórica de 137.469 pontos, alcançada em agosto do ano passado.
Na avaliação do banco, o Ibovespa rompeu três regiões importantes de resistência no último pregão. A primeira foi a linha de tendência de baixa que vinha sendo observada desde agosto. A segunda foi a média móvel de 200 períodos. Vale ressaltar que esse indicador funciona como um rastreador de tendências de alta e baixa dos ativos, ajudando a filtrar ruídos causados por oscilações mais intensas. Quando apresenta um número de períodos elevado, como 200, ele sinaliza uma tendência de longo prazo sobre determinado ativo.
Além desses dois fatores, o índice da B3 superou, no último pregão, a resistência de curto prazo em 127.400 pontos. “Com isso, o mercado está livre para mais um movimento de alta com próximos objetivos a 130.900 e 137.469 pontos (máxima histórica)”, destaca o BBA.
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No caso de uma queda, o Ibovespa tem suporte em 123.700 pontos. Se perder esse nível, a realização de lucros pode se intensificar, com os próximos suportes em 123.100 e 122.000 pontos – patamares que sustentam a tendência de alta de curto prazo.
Para explicar um pouco a sua análise gráfica do Ibov, o Itaú BBA faz uma analogia com a decolagem de uma aeronave. De acordo com o banco, o pregão da última sexta (14), com a ultrapassagem das três resistências mencionadas, funcionou como se uma torre de controle tivesse dado a autorização para o avião na pista.
“O Ibovespa já havia entrado em alta em 30 de janeiro ao superar os 125.400 pontos. Porém, a partir de agora, se não tivermos nenhum problema, o avião (Ibovespa) deve seguir sua viagem rumo ao seu destino de 137.469 pontos, com uma possível parada na região dos 130 mil pontos. Apertem os cintos, assumam riscos calculados, porque é hora de subir!”, ressalta o BBA.
O banco destaca que as ações com tendência de alta já consolidada no longo prazo são as opções mais seguras para os investidores, enquanto os papéis que iniciam um novo ciclo de valorização agora representam oportunidades para quem busca maior exposição ao risco.
Análises gráficas são otimistas para o Ibov
A XP Investimentos também acredita que o Ibovespa está em tendência de alta. Segundo Gilberto Coelho, analista da corretora, se o indicador da Bolsa de Valores ultrapassar os 128.500 pontos, ele deve procurar a casa dos 130.800 pontos, o que significaria uma alta inicial de 2% em relação ao fechamento de sexta-feira (14). Caso o índice da Bolsa ultrapasse esse nível, ele poderia chegar a 135.000 pontos, um crescimento de 5,18%.
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O sinal de alta, no entanto, seria desfeito com um fechamento abaixo dos 127.000 nesta segunda-feira (17). Nesse caso, o Ibovespa entraria em tendência de queda nos próximos pregões e buscaria as faixas de 123.800 e 120.800, significando quedas respectivas de 3,44% e 5,79% na comparação com o fechamento de sexta (14).
Para a equipe do BB Investimentos, com o rali da última sessão, o índice de ações ensaia recuperar os patamares de pontuação perdidos em dezembro, ocasião em que a elevação na Selic – e a sinalização de altas posteriores nos juros – prejudicou a performance da renda variável.
“Em nossa opinião, esse recente movimento de alta pode sinalizar maiores expectativas em relação ao crescimento dos lucros na temporada de balanços em curso ou mesmo uma eventual percepção de que as taxas de juros podem ter uma curva descendente mais forte a partir de 2026, o que, se concretizado, tende a favorecer o investimento em ações”, afirmam os analistas do BB.
Na análise diária, os especialistas apontam o cruzamento da média móvel de 200 períodos como um possível gatilho para o aumento do apetite ao risco no médio prazo, desde que o movimento seja confirmado nos primeiros pregões da semana. Embora os indicadores de tendência sinalizem alta, a forte variação em um único pregão pode distorcer a avaliação. Por isso, os analistas preferem aguardar os próximos dias antes de tirar conclusões definitivas.
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“A barreira dos 130 mil pontos é o objetivo mais forte de curto prazo, patamar testado em maio, julho, outubro, novembro e dezembro de 2024, representando o próximo ponto pivô para o desempenho da Bolsa”, completam.
Ibovespa sobe com queda de popularidade de Lula
Vale lembrar que, na última sexta (14), o Ibovespa acentuou o movimento de ganhos após a divulgação da pesquisa Datafolha, que mostrou como a aprovação do governo Lula chegou a uma marca inédita: em dois meses, caiu de 35% para 24%, atingindo o pior índice dos seus três mandatos na Presidência. A reprovação do governo do petista também foi recorde, passando de 34% para 41%.
De acordo com Erich Decat, colunista do E-Investidor, a tendência é de que as expectativas sobre a próxima eleição presidencial fiquem cada vez mais latentes, em especial, a partir do segundo semestre deste ano. “Dentro desse contexto, com base no que temos hoje como referência, haverá espaço para novos “upsides” (potenciais altas) dentro do Ibovespa, que vão variar de acordo com as novas pesquisas, e até uma possível não candidatura de Lula à reeleição. Fique atento aos sinais, eles já se fazem presentes”, diz Decat. Leia a coluna na íntegra aqui.