A ordem de liquidação da maior incorporadora da China “provavelmente não terá muito impacto econômico no curto prazo”, avalia o Commerzbank, em relatório. Nesta segunda-feira (29), a justiça de Hong Kong decretou a liquidação da Evergrande, após a empresa não conseguir firmar um acordo com credores diante da soma de US$ 300 bilhões em passivos de dívida.
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Para o Commerzbank, os liquidantes provisórios da China continental terão alguma dificuldade em assumir o controle dos ativos para negociar a reestruturação das dívidas, considerando que a empresa pertence a uma jurisdição diferente. Porém, a “postura mais agressiva” de Pequim para reduzir riscos deve conter a situação, adiando em alguns meses a transferência de controle dos ativos enquanto o processo passa por análise de autoridades locais.
“O processo terá pouco impacto sobre as operações da empresa no curto prazo, incluindo a construção de casas, o que significa que provavelmente não haverá muitos efeitos macroeconômicos por enquanto”, projeta o banco alemão. “Contudo, o caso está longe de acabar e os resultados ainda não são certos.”
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O Commerzbank explica que tudo se resume à possibilidade de a China continental reconhecer ou não a decisão de Hong Kong. Se não for reconhecida, liquidantes offshore (forma de investir no exterior) terão poderes limitados de exigir o cumprimento da ordem em ativos locais, prevê o banco. “Se for reconhecida, a decisão poderá afetar a economia da China em ondas, caso o processo não seja bem gerenciado”, alerta o Commerzbank, embora considere que dificilmente a liquidação da Evergrande ou casos similares “saiam de controle”, diante da postura rígida de Pequim.