(Reuters) – O dólar chegou a acelerar as perdas em relação ao real nesta terça-feira, 17, após a divulgação de dados norte-americanos mais fracos do que o esperado, que esfriaram as apostas de aperto iminente na política monetária do Federal Reserve, mas incertezas internacionais e locais logo fizeram a moeda inverter o sinal.
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As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 1,1% no mês passado, informou o Departamento do Comércio nesta terça-feira, leitura bem pior do que a queda de 0,3% esperada em pesquisa da Reuters com economistas.
Os números fracos desta terça-feira devem apimentar o receio de que o crescimento da maior economia do mundo já atingiu seu pico, somando-se a dados da semana passada que mostraram piora na confiança do consumidor norte-americano, explicou Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, em post no Twitter.
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A moeda norte-americana chegou a cair 0,62% na mínima da sessão, a 5,2550 reais, pouco depois da divulgação dos números, antes de devolver suas perdas e passar a apresentar leve alta. Às 10:21, o dólar avançava 0,23%, a 5,2933 reais na venda.
Vários especialistas já haviam alertado que um resultado mais fraco do que a expectativa poderia prejudicar a moeda norte-americana, uma vez que favorece os argumentos a favor da manutenção dos estímulos do Federal Reserve à economia.
Embora a perspectiva de que o banco central norte-americano permaneça com uma postura branda – pelo menos por enquanto – seja fator de pressão para o dólar, o clima tenso nos mercados globais fornecia algum apoio à divisa.
“As preocupações dos investidores com os possíveis impactos da variante Delta sobre o processo de reabertura pesam sobre os negócios nesta manhã”, explicaram em nota analistas do Bradesco.
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Além disso, a China agiu nesta terça-feira para apertar o controle de seu setor de tecnologia, ao publicar regras detalhadas com o objetivo de combater a concorrência desleal e a maneira como as empresas lidam com dados críticos, na mais recente repressão regulatória do país. Os futuros de Wall Street e as bolsas europeias apresentavam perdas nesta manhã.
Já no Brasil, a incerteza no front fiscal não dava trégua em meio à pressão do governo pela mudança na dinâmica do pagamento de precatórios, enquanto, na política, o clima segue tenso entre Executivo e Judiciário.
A moeda norte-americana já tem alta de 1,49% até agora no mês de agosto. No ano, o dólar acumula ganho de 1,80%.
O contrato mais líquido de dólar futuro ganhava 0,66%, a 5,3045 reais. Na véspera, o dólar spot subiu 0,67%, a 5,2812 reais, maior nível desde 26 de maio (5,3127 reais).
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