O pânico global das bolsas foi gerado pelos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o payroll, divulgado na sexta-feira (2). O relatório mostrou um resultado abaixo do esperado com a criação de 114 mil vagas em julho, em termos líquidos. Além disso, a taxa de desemprego aumentou para 4,3% em julho, ante 4,1% em junho.
Esses números aumentaram fortemente a expectativa por corte na taxa de juros americana em 0,50 ponto percentual, que há um mês era sustentada por apenas 5% do mercado. Após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense), os juros dos EUA estão entre 5,5% e 5,25%, mas hoje o mercado estima a taxa entre 4% e 4,25%. Entenda melhor os impactos nesta reportagem.
Para fins de comparação, o índice que mede o medo do mercado opera com a maior alta desde o anúncio do início da pandemia em março de 2020. Nesse cenário, os índices de Wall Street recuam mais de 2% na sessão. No horário citado, Nasdaq cede 2,96%, enquanto S&P500 e DowJones recuam 2,52% e 2,30%, respectivamente. Mais cedo, o mercado acionário japonês registrou sua maior queda desde 1987. Por sua vez, o Ibovespa também cede 0,87%, aos 124.980,40 pontos, impactado pelo pessimismo mundial do pregão.
O que é o Índice do Medo?
O Índice de Volatilidade S&P 500, também conhecido como CBOE Volatility Index ou VIX, é um indicador que mede a volatilidade esperada do mercado de ações dos EUA nos próximos 30 dias. Desenvolvido pelo Chicago Board Options Exchange (CBOE), seu cálculo é baseado no preço de mercado para opções no S&P 500.
Ele tende a se elevar quando os investidores compram opções de proteção contra quedas nos preços das ações. O contrário também acontece quando os investidores estão otimistas e confiantes, fazendo o índice cair.
O VIX é frequentemente apelidado de “Índice do Medo” devido à sua capacidade de refletir o sentimento dos investidores em relação à incerteza e à turbulência do mercado nos EUA e, sobretudo, globalmente.