O Inter (INBR32) reduziu a expectativa de Selic ao final de 2024 de 9% para 8,5%. Em relatório, a economista-chefe do banco, Rafaela Vitoria, avalia que a queda da inflação, aliada a uma atividade doméstica desacelerando e um cenário externo “mais benigno”, com o Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense) cortando juro nos Estados Unidos “em meados de 2024”, devem amparar a Selic terminal mais baixa, com cortes de 0,50 ponto no juro básico do Brasil até o segundo trimestre do ano que vem.
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O Inter também reduziu a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, medição oficial da inflação no Brasil) de 2023, de 4,6% para 4,45%, e manteve a estimativa para 2024 em 3,7%.
“Mesmo encerrando o ciclo de cortes na Selic em 2024 em 8,5%, a taxa Selic ainda estará restritiva nesse patamar, considerando a inflação esperada em 3,6% em 2025”, pontua Vitoria.
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Ela salienta, contudo, que uma interrupção do ciclo de cortes, ou uma “redução prematura” do ritmo de cortes não está descartada, caso cenário externo volte a deteriorar “ou mudanças na política fiscal tenham impacto no câmbio e nas expectativas de inflação mais longas”.
Uma eventual expansão fiscal em 2024 também é, segundo Vitoria, o principal risco para as projeções de inflação de médio e longo prazo. “Não só estimulando a demanda, em face de uma oferta mais restrita com o baixo investimento observado e mercado de trabalho ainda aquecido, mas também pela desancoragem das expectativas mais longas”, explica.
Câmbio
O cenário externo mais benigno, aliado a uma “melhora estrutural” da balança de pagamentos brasileira levou o Inter a reduzir a projeção para a cotação do dólar ao final de 2024, de R$ 5,0 para R$ 4,85, segundo Vitoria.
“Além do forte fluxo comercial, o cenário mais propício para cortes de juros pelo Fed deve enfraquecer o dólar e contribuir para o real mais apreciado, no intervalo entre R$ 4,70 e R$ 5,10″, observa a economista.