Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos (Foto: Ágora Investimentos)
Setembro chega prometendo dados importantes para o investidor brasileiro. No dia 17 deste mês ocorre a tradicional “Super Quarta”, com decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Para Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos, as taxas devem ser cortadas no país norte-americano, o que pode atrair o capital estrangeiro para cá. O especialista participou de um bate-papo ao vivo no canal de YouTube do E-Investidor nesta terça-feira (2).
Segundo Gardimam, o mercado de ações brasileiro está atrativo pelos ativos considerados baratos e pelo alto diferencial de juros em relação aos EUA, que deve ser ainda mais ampliado em setembro. “O investidor é muito recompensado por ficar no Brasil. Não estamos comprando ativos caros e torcendo para dar certo. Temos ativos baratos no País e outros caros no restante do mundo”, afirma.
Para a Ágora, dois cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2025 já estão no radar, mas a incerteza recai sobre a possibilidade de um terceiro. Em seu discurso no Simpósio de Jackson Hole em agosto, o presidente do Fed, Jerome Powell, abriu portas, na visão do mercado, para o início do relaxamento monetário no país.
“Com a política em território restritivo, a perspectiva básica e o equilíbrio cambiante dos riscos podem justificar o ajuste de nossa postura de política”, disse o dirigente na ocasião.
Em relação à política monetária no Brasil, Gardimam acredita que o primeiro corte da Selic deve ocorrer em janeiro de 2026. A estimativa está alinhada com a projeção do Boletim Focus, que prevê a taxa básica de juros brasileira em 15% no final de 2025, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na sua mais recente decisão, no dia 30 de julho.
Ações para ter na carteira agora
A preferência da corretora é por boas pagadoras de dividendos e por empresas com disciplina de capital. “As distribuidores de proventos representam uma excelente oportunidade para o investidor manter na carteira enquanto aguarda um ambiente melhor no Brasil”, afirma Gardimam.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o primeiro dia de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 – confira a cobertura ao vivo.
Para Gardimam, os impactos do julgamento sobre o mercado ainda têm caráter altamente especulativo, principalmente no que diz respeito a possíveis sanções do presidente Donald Trump contra o Brasil.
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No campo político, o economista observa que os investidores estão atentos à possibilidade de um ajuste fiscal e ao partido que teria mais condições de implementá-lo. No entanto, como os candidatos para as eleições presidenciais só serão definidos no próximo ano, ele acredita que essa pauta deve surgir com mais força no mercado apenas em 2026.