Os fundos especializados em comprar empresas estão com comportamentos distintos este ano. Enquanto os negócios de venture capital, centrados em empresas novatas e com pegada mais tecnológica, aumentaram 75% seus aportes no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2023, os fundos de private equity, que olham companhias maiores e com mais tempo de estrada, encolheram seus investimentos, também em 75%, segundo dados da ABVCap, associação que reúne as gestoras desses fundos, e da TTR.
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Os fundos de private equity fizeram 16 investimentos no segundo trimestre, totalizando R$ 1,2 bilhão. No mesmo período do ano passado, foram investidos R$ 4,8 bilhões. No semestre, foram R$ 7,3 bilhões em aportes, baixa de 31%.
Ainda nos private equities, os setores de serviços e produtos ao consumidor (32,3%) e de energia (29,2%) foram os que mais receberam recursos.
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Já as gestoras de venture capital investiram R$ 2,8 bilhões em 31 empresas no segundo trimestre, aumento de 75% em valor se comparado ao mesmo período do ano passado. No semestre, foram R$ 4,1 bilhões em 70 operações, alta de 41%.
Para Priscila Rodrigues, presidente da ABVCap, os dados revelam que os investimentos de venture capital estão voltando a crescer, após um período de pisada no freio, por conta dos juros altos. O volume do segundo trimestre de 2024 foi o maior desde o terceiro trimestre de 2022.
Em termos de setores, os dados da ABVCap mostram que o setor de TI recebeu 68,16% destes investimentos no primeiro semestre, seguido por serviços financeiros (10,43%), matérias-primas e recursos naturais (10,28%) e indústria (5,66%).
“Os dados revelam que, aos poucos, os investimentos em venture capital estão voltando a crescer”, explicou Rodrigues em nota à imprensa.
Desinvestimentos
Os fundos de private equity venderam participações em 12 empresas, sendo que 42% das saídas foram no setor de serviços financeiros, e 25% de serviços e produtos ao consumidor. A presidente da ABVCap avalia que o cenário atual de seca de aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) e o ainda elevado patamar de juros têm impacto direto no setor. “Embora os dados do trimestre não sejam positivos, sigo otimista”, comentou, em nota.
Já os fundos de venture capital fizeram cinco saídas de empresas do setor de TI (80%) e energia (20%).
Fundos de empresas
As áreas de Corporate Venture Capital (CVC), criadas em empresas para comprar companhias mais jovens e com potencial de sinergia e crescimento, fizeram 17 investimentos no segundo trimestre, somando R$ 500 milhões. No semestre, os aportes somaram R$ 1 bilhão.
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Em número de operações, foram 17 no segundo trimestre e houve queda de 26%, o que indica que os cheques por negócio estão ficando maiores, pois o volume médio de cada transação foi superior.