

As ações do IRB (IRBR3) se destacam na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (27) e figuram entre os principais ganhos do Ibovespa – comportamento oposto ao observado na véspera, quando os papéis tombaram 18,26%, registrando a pior queda do índice da B3. No pregão de hoje, os ativos saltam 10,29% cotados a R$ 49,52 às 14h13, oscilando entre máxima a R$ 49,70 e mínima a R$ 44,72.
Analistas se preocuparam com números do balanço do IRB, conforme explicamos nesta matéria. Um dos pontos de atenção foram as despesas administrativas, que registraram um forte aumento de 91,6% na base trimestral e de 58,1% na base anual. Elas foram impactadas principalmente por um efeito não recorrente de R$ 62,6 milhões, relacionado a um processo fiscal sobre a tributação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da sucursal na Argentina.
Os resultados financeiros do IRB, por sua vez, recuaram para R$ 109 milhões, caindo 44,5% na comparação trimestral e 12,5% na comparação anual. Outro dado abaixo do esperado foi o lucro antes dos impostos, que atingiu R$ 112 milhões – resultado que representou uma queda trimestral de 34% e veio 19% abaixo das projeções do Goldman Sachs.
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Depois da publicação dos resultados, analistas destacaram ser natural esperar alguma volatilidade dos papéis no curto prazo, especialmente após o forte desempenho das ações da empresa no acumulado do ano, quando já sobem 17,08%, enquanto o Ibovespa acumula ganhos de 3,67%.
Proventos no radar?
Uma notícia que ficou no radar dos investidores foi a possibilidade de o IRB discutir o pagamento de proventos ainda em 2025. “Assim que estivermos próximos de acabar com o prejuízo acumulado, vamos levar ao conselho a discussão da distribuição de juros sobre capital próprio (JCP), que é um instrumento mais agradável para a companhia e para os acionistas”, disse o CEO da empresa, Marcos Falcão, em teleconferência de resultados na quarta-feira (26).
O executivo ainda relembrou que o IRB tem determinado, em seu estatuto, a política de distribuir 25% do lucro em dividendos. “A gente vai ter uma discussão aberta e racional com o conselho de administração sobre isso, sempre buscando entregar o melhor para o acionista”, ressaltou.
Em relatório, o Goldman Sachs destaca que, apesar do tom cauteloso em relação ao crescimento dos prêmios e da melhora nos sinistros em 2025, o IRB pode caminhar para uma expansão significativa do lucro líquido, embora o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) permaneça abaixo do custo de capital.
“A empresa apresentou sinais de melhoria na rentabilidade e uma posição de capital mais forte, com possibilidade de retomada de dividendos em 2025. Mantemos recomendação neutra e preço-alvo de R$ 49”, destaca o banco.
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Já o Citi enxerga que os dividendos do IRB podem demorar mais a serem retomados. “Em nossa visão, a companhia passará a ter lucros acumulados no segundo semestre de 2025, com os primeiros dividendos sendo pagos em 2026″, diz em relatório. Mais detalhes sobre a opinião do banco podem ser conferidos nesta matéria.