A Isa Energia (ISAE4) registrou lucro líquido regulatório de R$ 255,6 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 39,9% em relação a igual período de 2024. Pela contabilização IRFS, o resultado líquido foi de R$ 215,2 milhões no trimestre, baixa de 59,9% na mesma comparação.
O desempenho foi influenciado, principalmente, pela decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), anunciada em junho, sobre cálculos no âmbito do pagamento do componente financeiro das indenizações da Rede Básica Sistema Existente (RBSE), que colocou fim a um impasse de anos. Na prática, o regulador reduziu em mais de R$ 5 bilhões o fluxo de pagamentos às transmissoras de energia que renovaram seus contratos em 2013.
No caso da Isa Energia, a decisão resultou em uma diminuição nas últimas três parcelas do componente financeiro projetado para a companhia de R$ 1,508 bilhão para aproximadamente R$ 1,220 bilhão, considerando como data base o mês de junho de 2024, conforme a companhia já havia informado.
Pelo critério regulatório, a companhia registrou no balanço do segundo trimestre uma reversão de R$ 275,1 milhões, sem impacto no caixa, do saldo excedente da Parcela de Ajuste, relacionado ao componente financeiro da RBSE.
Já pelo padrão IFRS, o impacto foi ainda maior, tendo em vista que por esse critério é reconhecido o ativo contratual, que reflete, a valor presente, o fluxo de recebimentos futuros. Com isso, a decisão da Aneel resultou em uma redução da ordem de R$ 800 milhões nesse fluxo, com impacto no lucro líquido R$ 165 milhões.
No consolidado dos primeiros seis meses do ano, o lucro líquido regulatório somou R$ 593 milhões, montante 29% menor que o reportado no mesmo período de 2024. Pelo padrão IFRS a queda é de 21,3%, para R$ 928,4 milhões.
A receita líquida regulatória da Isa Energia somou R$ 1,028 bilhão de abril a junho, queda de 7,5% ante igual etapa do ano passado. Com isso, no semestre as entradas líquidas somaram R$ 2,160 bilhões, montante 2,7% menor frente o mesmo período de 2024.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciações a amortizações (Ebitda) ficou em R$ 789,5 milhões no segundo trimestre, diminuição de R$ 101,5 milhões, ou 11,4%, ante mesmo intervalo do ano passado. Já a margem Ebitda encolheu 3,34 pontos porcentuais (p.p.), para 76,8%.
Em IFRS, a receita operacional líquida somou R$ 1,433 bilhão de abril a junho, 13,8% menor na comparação anual. Em seis meses, a linha alcançou R$ 3,845 bilhões, o que corresponde a um aumento de 5,6%. O Ebitda trimestral em IFRS caiu 66,1%, para R$ 277,5 milhões, totalizando R$ 1,396 bilhão no semestre, baixa de 21,1%.
O resultado financeiro também pesou nos resultados da Isa Energia: somou R$ 351,7 milhões negativos no segundo trimestre, montante 46,5% maior que o anotado um ano antes. Em seis meses, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 703,1 milhões, alta anual de 42,8%.
O aumento das despesas com juros e encargos reflete o atual momento do ciclo de crescimento da companhia, que vem ampliando investimentos em novos projetos, o que acarreta aumento do endividamento.
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No segundo trimestre, a Isa Energia (ISAE4) e suas controladas investiram R$ 1,1 bilhão, alta de 72,2% ante igual etapa de 2024. Já a dívida bruta alcançou R$ 14,1 bilhões, 6,3% acima do verificado no fechamento do exercício anterior. O índice de alavancagem da companhia (metodologia BNDES) chegou a 3,43 vezes, ante 2,72 vezes do encerramento de 2024.