A XP Investimentos afirma que o Itaú Unibanco (ITUB4) pode distribuir até R$ 14 bilhões em dividendos extraordinários até o final deste ano. De acordo com a corretora, a definição sobre a implementação da nova regra de risco operacional pelo Banco Central permite que o Itaú distribua o capital que mantém em excesso, ampliando o rendimento dos papéis via dividendos para 9% em 2023.
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Os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre calculam que o banco poderia distribuir esse montante graças aos índices de capital que possui. O capital de Nível 1, por exemplo, estava em 14,6% em setembro, acima dos 13,5% que o Itaú tem como meta interna.
“Com base nisso e nas afirmações também do CEO do banco, Milton Maluhy, de que se o banco continuar com um Índice de Capital Nível 1 acima de 13,5%, o banco poderá aumentar o payout (até o momento em algo em torno de 30%), acreditamos que há espaço para o Itaú declarar pagamento extraordinário de dividendos de até R$ 14 bilhões”, escrevem.
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A norma de risco operacional do BC deve aumentar a exigência de capital dos bancos em relação aos patamares atuais, mas além de este impacto ser menor do que se esperava inicialmente, a implementação será dividida entre os anos de 2025 e 2028. O setor trabalhava com um cenário de implementação total já em 2025.
“O Itaú vinha dizendo que a implementação poderia consumir cerca de 100 bps, porém com o faseamento de 4 anos o valor foi reduzido e ficou mais espaçado”, afirmam os analistas.
A XP afirma que os executivos do Itaú têm sido cautelosos em tratar de um possível aumento dos dividendos, mas que há espaço para que aconteça porque o banco tem uma reputação de administração eficiente de capital, além de um histórico de pagamento de dividendos significativos no passado.
Entre 2017 e 2019, o Itaú distribuiu em média 74,7% do resultado aos acionistas, segundo o relatório. Desde então, com a pandemia e os investimentos na digitalização das operações, essa distribuição caiu para perto do mínimo obrigatório, de 25% ao ano.
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