O cenário brasileiro passou a demonstrar incertezas nas últimas semanas, com o Ibovespa sofrendo seguidas quedas e diante de uma percepção do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o ciclo de corte na taxa básica de juros (Selic) em 2024. Com isso, o time de estratégia de investimentos do Itaú Unibanco, liderada por Nicholas McCarthy, decidiu reduzir a recomendação de exposição em Bolsa brasileira e elevar em títulos prefixados.
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Em reunião do comitê de investimentos do Itaú Unibanco (ITUB4) de outubro, ficou decidida a redução da posição de +1 em Bolsa brasileira para neutro, enquanto nos títulos prefixados a recomendação passou de -1 para neutro, seguindo a escala do próprio banco que vai de -3 a +3. “Isso porque, na renda fixa pré, os mercados voltaram a embutir nos preços a perspectiva de que o ciclo atual de redução dos juros será interrompido em 2024, com a taxa Selic ainda em dois dígitos, o que aumentou o prêmio vis a vis o nosso cenário de Selic nos próximos meses”, explicou a carta assinada por McCarthy.
O cenário de Bolsa brasileira ainda tem gatilhos para investimentos e a carta destaca que “na Bolsa brasileira, a continuidade do ciclo de cortes de juros por parte do Banco Central, os múltiplos muito descontados tanto em relação à sua média de longo prazo quanto aos seus pares emergentes, além da baixa alocação dos investidores locais na classe, são fatores que devem atuar como importantes alavancas para a valorização das ações à frente”, avaliou.
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Porém, o documento afirma que “é preciso destacar que a deterioração observada nas últimas semanas pode adiar o início de recuperação dos preços das ações para um horizonte mais distante”. “Com isto, um posicionamento neutro neste momento é mais recomendável, até que tenhamos melhor visibilidade”, afirmou.
As demais recomendações seguiram inalteradas, com renda fixa juros real em +1 e dólar em neutro. Todas as recomendações para a carteira internacional seguiram inalteradas: Tesouro americano, neutro; títulos corporativos com grau de investimento, +1; títulos corporativos sem grau de investimentos, neutro; renda fixa de mercados emergentes, neutro; Bolsa americana, neutro; Bolsa europeia, neutro; Bolsa japonesa, neutro; e Bolsa de mercados emergentes, +1.