A Itaúsa (ITSA4) registrou lucro líquido recorrente recorde de R$ 4,12 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 6% em um cenário global desafiador. (Imagem: Adobe Stock)
As ações da Itaúsa (ITSA3; ITSA4), uma das maiores holdings de investimento de capital aberto da América Latina, sobem no Ibovespa nesta terça-feira (11) em reação ao balanço do terceiro trimestre deste ano. A empresa reportou lucro recorde de R$ 4,12 bilhões no período, alta de 6% na comparação com o mesmo trimestre de 2024.
Para o Safra, os resultados foram consistentes, com destaque para o refinanciamento de dívidas e a redução do custo médio, tendência que deve seguir contribuindo para a queda das despesas financeiras. O lucro ficou 4% abaixo da projeção do banco, mas superou em 6% o registrado um ano antes.
Para Pedro Galdi, analista da AGF, o resultado da Itaúsa no terceiro trimestre reflete o resultado positivo de Itaú que, na sua visão, foi muito bom. “Chama a atenção que o valor de mercado da Itaúsa está com um desconto de 25% em relação aos ativos que ela possui”, ressalta.
O presidente da holding, Alfredo Setubal, destaca em comentário no balanço que mesmo em “um cenário de ajustes globais”, a Itaúsa teve lucro recorde e o resultado das investidas, que inclui nomes como Itaú, Aegea, Alpargatas e Madeira (ex-CCR), cresceu 7% na comparação anual.
“O Itaú Unibanco manteve performance robusta, com crescimento em todos os segmentos da sua carteira de crédito no Brasil, custo de crédito e inadimplência sob controle”, escreveu Setubal.
O Itaú, o maior investimento da Itaúsa, teve lucro recorde de R$ 11,9 bilhões no terceiro trimestre.
Por outro lado, na avaliação dos analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, o mercado ainda reluta em precificar o fim da ineficiência de PIS/Cofins (mudança prevista apenas para 2027), de modo que o principal gatilho de curto prazo para reduzir esse desconto seria um eventual anúncio de dividendos adicionais do Itaú Unibanco. Nesse cenário, a Itaúsa despontaria como alternativa mais barata, com rendimento ainda maior.
Ainda como ponto negativo, Humberto Aillon, professor na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), destaca a dificuldade de encontrar novos investimentos para alocação de caixa e conseguir retomar o crescimento de lucro líquido recorrente para acima de dois dígitos.
O que esperar dos dividendos da Itaúsa
A companhia pagou até o momento R$ 0,94 por ação em dividendos. Nesse cenário, o analista da AGF estima que a Itaúsa deva pagar até R$ 1,08 nos próximos 12 meses. Segundo o especialista, o dividend yield (rendimento do dividendo) deve ficar em 8,63% no período de 12 meses.
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Já Aillon mantém expectativa de que os dividendos continuem em torno de 9%, dado a continuidade do crescimento do lucro líquido recorrente. “Como uma estratégia defensiva e com foco em dividendos, ter a ação da Itausa faz bastante sentido na alocação”, diz.
Aillon projeta um bom desempenho para as ações da Itaúsa (ITSA3; ITSA4), pela relevância do Itaú no portfólio, com upside (potencial de valorização) em torno de 18% para os próximos 12 meses, superando os R$ 14,20 por ação.