Companhia frigorífica pretende transferir listagem principal de ações para a NYSE, mantendo somente BDRs na B3. (Foto: Divulgação / JBS)
A JBS (JBSS3) esclareceu que, segundo o fato relevante publicado pela empresa, J&F e Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) chegaram a um acordo para que o BNDESPar receba uma remuneração eventual limitada a R$ 500 milhões na hipótese de uma valorização das ações da JBS abaixo de patamar estabelecido entre as partes, na operação de dupla listagem proposta pelo frigorífico. Em razão do acordo, o BNDES se absterá de votar na assembleia que vai deliberar sobre a dupla listagem da JBS.
A JBS anunciou na segunda-feira (17) que a J&F Investimentos, sua acionista controladora, e a BNDES Participações (BNDESPar) firmaram um acordo em relação à assembleia que decidirá sobre a listagem da JBS na Bolsa de Nova York. O acordo prevê que a BNDESPar poderá receber uma remuneração adicional de R$ 500 milhões caso a valorização das ações da JBS fique abaixo de um patamar estabelecido entre as partes no segundo semestre de 2026.
O preço exato desse patamar não foi divulgado para evitar distorções no mercado e prevenir possíveis especulações que possam influenciar a negociação dos papéis.
Em razão do acordo, a BNDESPar, que detém 20,8% do capital da empresa, se absterá da votação na assembleia que vai deliberar sobre o tema, deixando a decisão a cargo dos acionistas minoritários, explicou a companhia em fato relevante.
Para a JBS, o acordo é positivo, pois reduz incertezas sobre a aprovação da dupla listagem, garantindo que a decisão seja tomada exclusivamente pelos investidores privados. A companhia já é listada na B3, e a movimentação para Nova York é vista como um passo estratégico para ampliar sua base de investidores – veja aqui as análises. Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmam que a estrutura do negócio foi desenhada para evitar questionamentos e tornar o processo mais transparente.
Desde 2007, quando investiu R$ 8,1 bilhões na JBS (JBSS3), a BNDESPar recebeu R$ 4,9 bilhões em dividendos. Até 31 de dezembro de 2024, o retorno total do banco estatal com a operação alcançou R$ 22,7 bilhões, representando uma taxa interna de retorno de 11,35% – porcentual superior à rentabilidade de 7,25% do Ibovespa no igual período.