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JPMorgan rebaixa CSN (CMIN3); veja quem é a top pick do banco no setor

O JP também reitera uma visão positiva sobre o minério de ferro e aumenta a previsão de preços da commodity

JPMorgan rebaixa CSN (CMIN3); veja quem é a top pick do banco no setor
CSN (CSNA3; CMIN3) Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

O JPMorgan elevou sua previsão de preços para o minério de ferro em 2024 de US$ 110/tonelada para US$ 115/tonelada. Apesar da perspectiva positiva para a commodity, o banco rebaixou a recomendação da CSN Mineração (CMIN3) de neutro para underweight (equivalente a venda) devido ao forte desempenho da ação e consequente valuation elevado. Vale (VALE3) é a top pick do banco no setor de mineração.

O JP reiterou a visão positiva sobre o minério de ferro diante da previsão maior demanda da produção de aço no mundo, que agora o banco espera que aumente 3,3% em 2024 (de 1,0%), com os últimos meses mostrando sinais de recuperação, especialmente da Índia (demanda de aço chinesa estável); oferta e demanda equilibradas para o próximo ano; e perspectiva de preço construtiva.

Em relatório, o banco destaca que a produção global de aço em 2023 está essencialmente estável (China +1,4%; resto do mundo -1,4%). No entanto, a produção do mundial ex-China começou a se recuperar, apoiada especialmente pela Europa/EUA/Japão, que registraram alta anual em outubro. Para 2024, JP Morgan esperamos que a produção ex-China aumente 3,3% em relação ao ano anterior, com a Índia mostrando um forte impulso e uma recuperação modesta de outras regiões. Na China, a previsão é de que a produção permaneça estável, embora os altos-fornos tenham conquistado participação de mercado dos fornos elétricos este ano.

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O banco reduziu ligeiramente a previsão de consumo de sucata (com uma ligeira melhora na demanda de minério de ferro). Globalmente, prevê que a produção total de aço bruto aumente 1,5%, abaixo da estimativa de crescimento do PIB global da casa, de 2,3%.

O relatório destaca ainda que a oferta de minério de ferro para 2024 continua a ser menor do que a estimada anteriormente, devido a atrasos na Iron Bridge da FMG e a embarques mais suaves do que o esperado de RIO. A expectativa do JP Morgan é de que a BHP, a FMG e a Vale adicionem, cada uma, cerca de 10 milhões de toneladas no próximo ano. “Após as atualizações de Simandou nesta semana, nossa equipe aumentou a oferta esperada em 2027/28, mas observa que os riscos em torno da entrega do projeto são altos. Nosso modelo de oferta e demanda parece equilibrado em 2024, sugerindo que não há razão para ver os preços caírem na curva de custo (ou serem negociados substancialmente acima dela)”, diz o banco.

CSN Mineração

“Você pode estar se perguntando por que fazer o downgrade de uma empresa de mineração se estamos otimistas em relação aos preços do minério de ferro. A resposta é simples: valuation”, diz o bancoa. A CSN Mineração subiu 75,4% nos últimos 12 meses, em comparação com a queda de 18,0% de Vale, -3,2% da Rio Tinto , -2,4% de BHP e -16,3% de CAP. “Depois de um desempenho tão estelar, o valuation parece esticado, com a empresa sendo negociada a 6,1 vezes o EV/Ebitda em 2024 e 7,8 vezes o EV/Ebitda para 2025 (contra pares globais a 5,6 vezes e 5,4 vezes, respectivamente), de 5,6 vezes no início do ano”, completa.

Os investidores que querem se expor ao minério de ferro têm a CSN como melhor opção, de acordo com JPMorgan. Isso porque a CSN possui 79,8% da CSN Mineração, o que representa 65% de seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 2023, e a ‘empresa mãe’ está mais barata. “As duas empresas são altamente correlacionadas, o que significa que as vantagens e desvantagens afetam ambas. Embora acreditemos que a CSN Mineração pareça cara, a CSN poderia ser uma opção mais barata para se expor aos preços do minério de ferro, negociando a 5,2 vezes e 5,7 vezes o EV/Ebitda de 2024/25”, diz o relatório.

Vale

Já a Vale continua sendo a principal escolha do JPMorgan, com recomendação overweight (equivalente a compra). Com a queda acumulada de 18,6% no acumulado do ano, o banco acredita que a ação da empresa continua barata com os múltiplos atuais de 4,5 vezes EV/Ebitda, de um pico de 5,9 vezes em fevereiro de 2023. Além disso, o curto prazo para a Vale é positivo, na visão do banco, pois os volumes devem aumentar e a qualidade deve melhorar.