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Setor Agro ‘tropeça’ no PIB, mas existem oportunidades; veja quais

O setor experimentou uma queda de 3,3%, marcando a primeira queda após cinco trimestres positivos

Setor Agro ‘tropeça’ no PIB, mas existem oportunidades; veja quais
  • No 3TRI23, o PIB do Brasil registrou crescimento de 0,1%, conforme o IBGE.
  • O consenso de mercado apontava para uma queda entre 0,2% e 0,6%, respectivamente.
  • O Agro experimentou uma queda de 3,3%, marcando a primeira diminuição após cinco trimestres consecutivos de taxas positivas.

No terceiro trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que representa a soma dos bens e serviços finais produzidos no País, registrou crescimento de 0,1%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na terça-feira (5). O desempenho marca a terceira variação positiva, sucedendo a uma queda de 0,1% no último trimestre de 2022.

O consenso de mercado apontava para uma queda entre 0,2% e 0,6%, respectivamente e, portanto, houve uma surpresa positiva. Entretanto, o segmento cuja expectativa era de alta e acabou retraindo foi o Agro. O setor experimentou uma queda de 3,3%, marcando a primeira diminuição após cinco trimestres consecutivos de taxas positivas.

Ainda assim, a Genial Investimentos tem recomendação de compra para Boa Safra Sementes (SOJA3), SLC Agrícola (SLCE3), e recomendação de manutenção para BrasilAgro (AGRO3), com preço-alvo em R$ 17, R$ 47 e R$ 28, respectivamente. Porém, nenhuma dessas empresas consta em suas carteiras de ações recomendadas para dezembro, somente a JBS (JBSS3), uma processadora de carnes.

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Em relação ao PIB geral, a corretora revisou sua estimativa para o crescimento em 2023 de 2,7% para 2,8%. Para 2024, porém, optou por deixar a projeção de crescimento em 1,3%, levemente abaixo da mediana do mercado de 1,5%. A projeção do PIB e a carteira de ações foram divulgadas na tarde do dia 5.

Plantando “proventos”

O analista Flávio Conde, da Levante Investimentos, lembra que a Boa Safra adquiriu em setembro dois terços de participação na Bestway Sementes, uma empresa especializada em Tolling de Processamento de Sementes e certificada para o Tratamento Industrial de Sementes (TSI) para sementes de milho.

Do lado dos dividendos, ele informa que o payout (porcentagem total dos lucros distribuídos) dos últimos cinco anos está em 118% para a BrasilAgro, 48% para a SLC, e 14% para a Boa Safra. “A Boa Safra é uma empresa nova e não precisa distribuir tanto [provento], e sim reinvestir”, explica. Já a BrasilAgro pode distribuir mais que o lucro porque “entrou muito caixa da venda de fazendas”, segundo ele. A SLC, por sua vez, é uma empresa mais madura.

Conde reforça, que os dividendos previstos para serem pagos em 2024, relacionados ao exercício de 2023, o investidor ainda tem a BrasilAgro pagando R$ 3,08 por ação, bem como a SLC pagando R$ 2,98 por ação, e a Boa Safra distribuindo 0,28 por ação. “Mas não dá para olhar somente para os dividendos”, alerta, fazendo menção à necessidade de se observar os fundamentos das empresas.

Correndo por fora

Na última semana, Tiago Reis, fundador da Suno Research, visitou a 3tentos (TTEN3), companhia que se posiciona como a maior empresa agro do Rio Grande do Sul. Em uma publicação em rede social, ele afirma que ela cresceu a uma taxa próxima de 30% ao ano nos últimos 10 anos. “Poucas empresas no planeta tiveram este ritmo de crescimento. Nem a Apple, nem o Google cresceram nesta taxa. Existem histórias muito bonitas sendo construídas no agronegócio brasileiro”, disse.

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Antes dele, foi o Bank of America (BofA) quem reiterou compra para a 3tentos, com preço-alvo em R$ 15,50, conforme relatório divulgado dia 7 de novembro. O banco elenca, no documento, que a diminuição nas vendas no varejo foi influenciada por três fatores: piora na composição regional, com uma maior participação de Mato Grosso; atraso nas vendas no Rio Grande do Sul devido a problemas logísticos; e margens mais baixas em sementes.

Segundo a instituição, a administração prevê que as margens convergirão para níveis históricos ao longo do tempo e, por outro lado, o menor resultado no varejo foi parcialmente compensado pelo desempenho acima do esperado nos segmentos de grãos e indústrias.

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