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Como os juros mais baixos afetam os bancos brasileiros; veja avaliação da Fitch

Novos cortes nas taxas de juros em 2024 promovem desafios para as receitas dos bancos

Como os juros mais baixos afetam os bancos brasileiros; veja avaliação da Fitch
Bancos enfrentam desafios com juros mais baixos. Imagem: Adobe Stock

Os bancos brasileiros enfrentarão contínuos ventos contrários nas receitas devido a novos cortes nas taxas de juros em 2024, de acordo com a Fitch Ratings. O ritmo e a magnitude desses cortes ainda são incertos, mas o aumento das margens líquidas no curto prazo será equilibrado com empréstimos de menor rendimento e crescimento modesto do crédito real. Segundo relatório da agência, novos cortes na Selic devem favorecer a melhoria dos spreads no curto prazo, uma vez que os financiamentos com taxas flutuantes são reprecificados mais rapidamente do que os empréstimos com taxas fixas.

A maioria dos ratings de bancos brasileiros está em perspectiva estável, refletindo a existência de instituições nacionais grandes e diversificadas, com capital e liquidez amplos e uma rentabilidade saudável. No entanto, as sensibilidades negativas dos ratings estão relacionadas ao rating soberano ou reduções significativas e sustentadas no capital do banco ou nos lucros operacionais e ativos ponderados pelo risco, diz a agência. A mais longo prazo, a pressão sobre os rendimentos e os spreads deverá ser compensada pela retomada da atividade de crédito.

O risco da taxa de juro pode, por sua vez, aumentar o risco de mercado para os bancos classificados pela Fitch, resultando na volatilidade da margem de juros líquida através da reavaliação dos empréstimos e do financiamento principal. Contudo, os riscos de mercado estão geralmente bem cobertos e os bancos estão estruturalmente bem posicionados para taxas mais baixas no atual ciclo de taxas de juro.

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Segundo a Fitch, a nomeação de um novo presidente do Banco Central no final de 2024 também pode ter influência na orientação da política monetária. Contudo, isto dependerá da inflação interna e da dinâmica fiscal. As repercussões macroeconômicas dos conflitos globais e das políticas monetárias dos bancos centrais nas economias desenvolvidas poderão também continuar a ser um fator chave que limitará o ritmo da flexibilização monetária interna.

A agência espera que o crescimento econômico no Brasil desacelere para 1,7% em 2024, de cerca de 3,0% em 2023 e 2022, antes de cair para 2,1% em 2025.