Os juros futuros permaneceram próximos aos ajustes da véspera, com viés de alta na ponta curta e de queda nos trechos intermediário e longo. A expectativa por dados de inflação dos Estados Unidos e Brasil, amanhã, deu o tom dos negócios. O mercado ainda aguarda os números para calibrar apostas no início do corte dos juros americanos.
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A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025, mais negociado do dia, subiu de 10,110% no ajuste de ontem para 10,135%. O do DI para janeiro de 2026 avançou de 9,770% para 9,775%. Em contrapartida, caíram os juros dos contratos para janeiro de 2027 (9,896% para 9,880%) e janeiro de 2029 (10,291% para 10,245%).
Os juros curtos responderam mais do que os longos ao movimento dos rendimentos dos Treasuries, que avançaram ao longo do dia, refletindo ajustes nas expectativas para o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, o CPI. No fim da sessão, a taxa da T-Note de dois anos caía de 4,358% para 4,354% e a do papel de dez anos subia de 4,016% para 4,043%.
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Segundo o gestor de portfólio da B. Side Wealth Management, Jonas Chen, o comportamento dos juros hoje refletiu ajustes de mercado na expectativa pelos dados de inflação. Os investidores, ele explica, tentam calibrar as apostas no timing e no orçamento total de redução da taxa básica americana.
“Tivemos um ano de juros subindo em 2022, inclusive nos EUA, e isso agora deve se reverter, é consenso que vamos entrar num ciclo de afrouxamento. A dúvida é até onde vamos”, diz Chen. “Para o Brasil, é a mesma coisa: a taxa terminal certa é de 9,5% ou de 9%? Precisamos ver os dados.”
Declarações do diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, também pesaram levemente sobre a curva. Ainda durante a manhã, em evento organizado pelo JPMorgan, ele disse que o ambiente ainda é de volatilidade e incerteza, o que demanda cautela na condução da política monetária.
Guillen acrescentou que não vê pressão significativa de salários na inflação. Mas voltou a chamar a atenção para a desancoragem das expectativas, que continuam em 3,5% a partir de 2025 – portanto, 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta de inflação, de 3%.
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O mercado continua acompanhando a disputa em torno da reoneração da folha de pagamentos. Mas o tema continua no pano de fundo, devido à escassez do noticiário. “O fiscal em algum momento vai começar a fazer preço e, hoje, ele está nos impedindo de atingir juros mais baixos, mas sem entrar numa espiral negativa. Por enquanto, só fica no radar”, diz Chen, da B.Side.