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Juros fecham em queda, puxados pelo rendimento dos títulos dos EUA

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) também esteve no radar nesta terça-feira (6)

Juros fecham em queda, puxados pelo rendimento dos títulos dos EUA
(Foto: Envato Elements)

Os juros futuros fecharam a terça-feira (6) em queda, determinada pelos movimentos no exterior, especialmente o recuo forte dos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) e o apetite ao risco estimulado por boas notícias da China, que se sobrepuseram à agenda carregada no Brasil. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) teve um tom levemente mais conservador do que o comunicado, mas sem potencial para alterar apostas para a política monetária, tampouco o Boletim Focus, na qual foram mantidas as projeções de IPCA para 2024 e 2025.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 9,955%, de 9,979% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 caiu de 9,72% para 9,67%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,82% (de 9,89% ontem) e a do DI para janeiro de 2029 recuou de 10,33% para 10,27%.

O comportamento dos Treasuries foi apontado como a principal referência hoje para os DIs. Os yields passaram inicialmente por uma correção da alta de ontem e à tarde a queda ganhou fôlego após um leilão de T-Notes de 3 anos com demanda fraca. As mínimas coincidiram ainda com comentários da presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, que admitiu que a inflação nos Estados Unidos caminha de forma sustentável em direção à meta de 2%, mas alertou para a existência de riscos que poderiam travar esses progressos. No fim da tarde, a taxa da T-Note de 10 anos estava em 4,08%, do nível de 4,16% ontem.

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Ao mesmo tempo, a decisão do governo da China de adotar medidas para impulsionar o consumo trouxe otimismo logo cedo, amparando a queda do dólar, que fechou na casa de R$ 4,96 em meio ainda ao avanço do petróleo que favorece moedas emergentes como o real.

A agenda do dia teve como ponto central a divulgação da ata do Copom. O tom foi considerado levemente mais duro do que o comunicado, nas menções ao desempenho da atividade e ao mercado de trabalho “mais apertado e com reajustes salariais acima da inflação”, o que reforça a atenção aos preços de serviços. No geral, a avaliação é de que a ata não altera o quadro de apostas para a Selic terminal e reitera o pouco espaço para uma aceleração no ritmo de queda da Selic.

O documento endossou o recado do comunicado de mais dois cortes de 0,5 ponto porcentual e enfatizou que a extensão do ciclo ao longo do tempo dependerá da “evolução da dinâmica inflacionária”. “Acreditamos que é a estratégia correta e julgamos que o BC tem sido muito bem sucedido na comunicação das suas decisões, evitando provocar incerteza e/ou volatilidade”, afirma Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management.

Na pesquisa Focus, as medianas para o IPCA de 2024 e 2025 permaneceram em 3,81% e 3,50%, ainda longe da meta central de 3,00%. “A desconfiança do mercado com o desenrolar da política fiscal, com expectativas de resultado primário descoladas das metas estabelecidas pelo governo, além de incertezas quanto a própria meta, podem estar limitando a ancoragem das expectativas inflacionárias”, afirmam, em relatório, os economistas da PRX Capital. As estimativas para a Selic no fim deste e do próximo ano também ficaram inalteradas em 9,0% e 8,5% no Boletim Focus.

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