Os juros futuros cederam nesta quinta-feira (5) na esteira dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) e de um dólar mais fraco globalmente. O vértice curto ainda embutia a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a Selic na reunião de setembro, mas a chance de uma alta de 0,5 ponto porcentual perdeu força após o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, reforçar que um ciclo de ajuste de juros, se necessário, será gradual.
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A queda das taxas na ponta longa recebeu apoio adicional da fala do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, sobre 2025 ser o ano em que o governo olhará com mais foco e atenção as despesas, o que indica mais responsabilidade fiscal.
Hoje, o relatório ADP mostrou criação de 99 mil vagas de emprego nos EUA em agosto, muito menor que a previsão de 144 mil indicada pelos analistas consultados pela FactSet.
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“O dado de emprego derrubou os juros dos Treasuries, e desencadeou para os contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs)”, avalia Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.
No âmbito local, o comportamento da curva continuou atrelado às expectativas para a próxima reunião do Copom. Guillen repetiu hoje a sinalização feita pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, no fim de agosto: de que um ciclo de ajuste de juros, caso necessário, será feito de maneira gradual.
O mercado interpretou as falas como “boa chance de alta de 0,25 ponto porcentual neste mês”, segundo Luciano Telo, executivo-chefe de investimentos (CIO) para o Brasil no UBS Global Wealth Management. Na precificação da curva, as apostas de uma alta da Selic de 0,25 p.p. voltaram a ser majoritárias, aliviando o vértice curto dos juros futuros.
O entendimento de que o Copom irá elevar a Selic em setembro propicia a perda de força dos contratos intermediários e longos. “A interpretação é de que se o BC fizer ajuste de curto prazo, que é o que o mercado quer ver, fica mais confiante para médio e longo prazo do Brasil, porque sabe que tem limite para expectativa de inflação subir”, complementa o executivo-chefe de investimentos para o Brasil do UBS.
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Vitor Oliveira, especialista em renda fixa da One Investimentos, diz ainda que parte do alívio dos juros mais longos decorre da interpretação de que a fala de Ceron sobre 2025 ser o ano em que o governo olhará com mais foco e atenção as despesas “indica mais responsabilidade fiscal”.
A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 cedeu para 11,665%, de 11,781%, e o para janeiro de 2027 recuou para 11,650%, de 11,771%. O vencimento para janeiro de 2029 encerrou a 11,795%, de 11,939% no ajuste de ontem.