Os juros futuros curtos e intermediárias fecharam com leve alta e longos em baixa. O IPCA-15 de abril, mesmo abaixo da mediana das estimativas, não foi capaz de aliviar os prêmios de risco nos curtos, dada a leitura de que os preços de abertura indicam desinflação muito lenta, o que também ajuda a explicar o comportamento da ponta longa. No exterior, os juros dos Treasuries de longo prazo subiram de forma moderada, enquanto o dos curtos voltou a cair, com os receios sobre o setor bancário.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,21%, de 13,17% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,81% para 11,85%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,70%, de 11,74% e a do DI para janeiro de 2029 terminou a 12,08%, de 12,15%.
O IPCA-15 de abril subiu 0,57%, desacelerando ante os 0,69% em março, mas abaixo da mediana das estimativas, de 0,61%. Em 12 meses, a alta foi de 4,16%, ante taxa de 5,36% até março, uma desaceleração bastante forte, mas ainda distante do centro da meta de 3,25% para 2023 e incapaz de promover melhora na percepção sobre a política monetária. “O IPCA tem dado algumas boas notícias, mas o que ainda não ficou claro é a consolidação desse processo de desinflação. O BC só vai cortar juros quando essa consolidação tiver iniciada”, afirmou o economista da Rio Bravo Investimentos Luca Mercadante.
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Os economistas da Tendências João Leme e Luíza Benamor destacaram que a média dos núcleos permanece alta no acumulado em 12 meses, em 7,40%, apontando para um cenário de pressões subjacentes ainda elevadas. “Quanto ao índice de difusão, houve aumento na margem, para 63,22% (de 59,95% no IPCA de março), revertendo o movimento de redução da disseminação das altas de preços observado até então”, completam.
O quadro de expectativas para a Selic, segundo cálculos da BlueLine Asset, está um pouco mais conservador, com redução moderada das chances de corte este ano. Para o Copom da próxima semana a precificação segue apontando 100% de chance de manutenção de 13,75%. Em junho, os DIs agora apontam probabilidade, que chegou a ser de 60% após o IPCA de março, entre 25% e 30% de uma redução de 25 pontos-base. Para o fim de 2023, a curva projeta taxa de 12,25% e para o fim de 2024, de 10,75%.
O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, chama a atenção para o fato de que a curva mostra considerável recomposição da taxa para 2025 e 2026, justamente o período que o Banco Central estará sobre o comando de um nome indicado pelo atual governo. “É curioso porque as taxas voltam bem. Na prática, pode ser só mesmo prêmio de risco, refletindo as dúvidas sobre a forma que o governo vai encontrar de entregar novas receitas”, afirmou.