As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta em toda a extensão da curva nesta manhã, alinhadas à alta do dólar – veja aqui detalhes da operação nesta quinta-feira (29) – e também dos retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense).
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Para José Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, o mercado futuro de juros já espelha a disputa pela Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro, calculada durante o dia pelo Banco Central (BC)) no mercado de câmbio, mas os prêmios de curto prazo também refletem uma espécie de queda de braço com o BC, com os investidores reforçando as apostas para o início de um processo de aperto monetário em setembro. Nos trechos longos da curva, o profissional vê o peso de dúvidas no quadro fiscal doméstico.
Segundo o profissional, o mercado tem estado sem referências para operar, o que tem favorecido exageros nos prêmios de risco. “Chamam a atenção o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mostrou avanço da difusão e das médias móveis, e também o dado de confiança da indústria, que apontou temor do setor ante a possibilidade de alta de custos de produção. E a sazonalidade da inflação para os próximos meses é de alta. Nesse quadro, não vejo a inflação arrefecer, a não ser que haja redução dos preços da gasolina, que estão sobrevalorizados em 10%”, afirma.
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Às 11h, os juros do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,970%, ante 11,943% do ajuste de quarta-feira (28). O DI para janeiro de 2026 projetava 11,785%, contra 11,708%. No trecho longo, o DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 11,81%, de 11,71%.